O Repórter Record Investigação desta quinta-feira (21), acompanha a exaustiva jornada de trabalho de adultos e crianças que dependem da pesca do sururu, um marisco pouco conhecido no Brasil. Apresentado por Adriana Araújo, o jornalístico mostra o registro dos jornalistas Marcus Reis, Laura Ferla, Aline Bertoli e Gilson Fredy, durante 16 dias, no dia a dia dos chamados ‘sururuzeiros’ na lagoa do Mundaú, em Maceió, capital do estado do Alagoas.
São mais de 1.500 famílias que trabalham em condições degradantes na cadeia produtiva desse pequeno molusco. O trabalho infantil também existe. 20% desses “funcionários” são menores de idade, que se arriscam para tentar ajudar a família, em jornadas de trabalho que chegam a durar 15 horas diárias.
Enquanto muitos dormem, pescadores se arriscam em mergulhos na mais completa escuridão. Procuram pelo sururu. Antes de chegar aos pratos como uma iguaria nordestina, o marisco passa por dezenas de mãos. E deixa para trás um rastro de lama e miséria. Para pegá-lo nas águas contaminadas da lagoa, chega-se à exaustão.
As mulheres são as encarregadas de limpar o molusco. Elas representam quase 70% de toda mão de obra na cadeia produtiva. Apesar de serem maioria, são as que menos ganham. Pegam no pesado das 7h da manhã até às 22h para ganhar, em média, 300 reais por mês. Como recebem por produção, precisam ser rápidas.
Além da exploração do trabalho, a comunidade enfrenta outros problemas.O Repórter Record Investigação teve acesso a pesquisas que apontam a presença de metais pesados nas águas da lagoa do Mundaú e no sangue dos pescadores. O programa descobriu ainda como o tráfico vem cooptando jovens para o crime. Comunidades inteiras que sobrevivem do marisco estão sob ameaça de organizações criminosas.
O Repórter Record Investigação vai ao ar nas noites de quinta-feira, às 22h45, logo após a novela Jesus.
Leia também: Novela ‘Topíssima’ é escalada de última hora para substituir ‘Jesus’