O pastor André Valadão, líder da Lagoinha Global, gerou controvérsia ao fazer um discurso de teor anti-LGBTQIA+.
Em uma publicação nas redes sociais neste domingo (04), o pastor divulgou o culto da Igreja Batista Lagoinha em Orlando e utilizou a frase “Deus odeia o orgulho” pintada com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+. A postagem revela claramente a agenda contrária à diversidade sexual e de gênero.
Valadão direcionou sua ira ao mês de junho, que é um período de reivindicação de direitos e respeito à diversidade LGBTQIA+. Segundo ele, “a tendência de quem peca é se esconder e não ‘sair do armário’, porque o pecado gera falta de paz e medo das consequências”. Assim sendo, o pastor considera um ultraje se orgulhar de ser LGBTQIA+.
No púlpito, o pastor radicalizou ainda mais seu discurso, afirmando que junho é o mês que Deus mais repugna na humanidade e que qualquer atitude de orgulho é odiada e repugnada pela força maior do cristianismo. Valadão utilizou passagens bíblicas para reforçar sua aversão ao mês do Orgulho LGBTQIA+, chegando a mencionar casos específicos e promover estereótipos prejudiciais.
Embora a aceitação da identidade LGBTQIA+ seja minoritária nas igrejas cristãs, inclusive na Igreja Católica, a retórica de Valadão é vista como excessiva, mesmo dentro do segmento. A própria Lagoinha possui um Movimento Cores, que busca o diálogo com a comunidade LGBTQIA+. Em suas redes sociais, o grupo compartilhou mensagens de acolhimento e inclusão.
André Valadão ataca comunidade LGBTQIA+
Em solo americano, Valadão atribuiu a imposição de uma agenda contrária à sua interpretação da vontade divina à cultura secular, fora do âmbito evangélico. Ele mencionou um suposto conluio entre marcas, bilionários, mídia e redes sociais para impor uma agenda que vai contra os princípios religiosos.
André Valadão assumiu a liderança da Lagoinha Global no final de 2022, após a aposentadoria de seu pai, o pastor Márcio Valadão. Embora a matriz da igreja em Belo Horizonte esteja sob o comando de outro pastor, Flavinho, André conquistou mais poder após a saída do patriarca. Nos últimos anos, ele assumiu um papel midiático e se tornou um dos apoiadores evangélicos mais entusiasmados do ex-presidente Jair Bolsonaro, promovendo discursos controversos.
A postura radical de André Valadão tem gerado insatisfação interna, levando algumas igrejas a se desvincularem da Lagoinha. O pastor sofre acusações de padronizar a fé e de não estar alinhado com o evangelho plural de Jesus. Críticos afirmam que ele se recusa a realizar estudos sérios sobre diversos temas, apresentando-se mais como um coach do que como um líder religioso autêntico.
Polêmico, no começo do ano, André Valadão chegou a sugerir afogar o presidente Lula (PT) durante batismo.