A história da dupla Donatela (Claudia Raia) e Flora (Patricia Pillar) começa na infância. Elas cresceram como irmãs, pois Donatela perdeu os pais num acidente e foi adotada pela família de Flora. Ambas tinham vocação para o canto. Quando começaram a chamar a atenção se apresentando em escolas e clubes, foram descobertas pelo empresário Silveirinha (Ary Fontoura), um caça-talentos que as levou para excursões pelo Brasil afora. Silveirinha foi um misto de pai e carrasco: explorava as garotas, ficando com boa parte do cachê que recebiam, e lhes dava comida e proteção. A dupla chegou a fazer razoável sucesso, mas a carreira foi interrompida após uma turnê em que as duas conheceram os amigos Marcelo e Dodi (Murilo Benício), de quem se tornaram noivas.
Donatela se casou com Marcelo (Flavio Tolezani), filho do poderoso Gonçalo Fontini (Mauro Mendonça), dono de uma indústria de papel e celulose. Flora virou esposa de Dodi, rapaz de origem pobre, que trabalhava na firma do pai do amigo. A felicidade de Donatela e Marcelo durou pouco. O primeiro filho do casal, Mateus, foi sequestrado com seis meses de idade e nunca mais apareceu. Desde então, os dois passaram a se desentender com frequência. Flora, por sua vez, separou-se de Dodi e, algum tempo depois, teve um caso com Marcelo, de quem engravidou, dando à luz Lara. Isso agravou a crise entre Donatela e Marcelo e, principalmente, entre as duas amigas. No auge da crise, Marcelo foi assassinado e Flora foi presa com base no depoimento da manicure Cilene (Elizangela), que afirma ter presenciado o crime.
A ex-presidiária, porém, garante que é vítima de uma farsa armada por Donatela, a quem acusa de estar interessada na fortuna da família Fontini. Segundo Flora, Donatela teria comprado a cooperação de Cilene e do Dr. Salvatore (Walmor Chagas), médico que prestou socorro a Marcelo, para mandá-la para a cadeia e fazê-la pagar injustamente por um delito que não cometeu. É com a ajuda de Donatela, por exemplo, que Cilene consegue montar seu próprio negócio. Afinal, qual das duas estará falando a verdade: Flora ou Donatela?
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Claudia Raia fala como a personagem marcou sua carreira. “Fui pega de surpresa quando soube que a novela ia estrear no Globoplay e amei a novidade! A Favorita foi muito marcante. Fiquei muito feliz de saber que vai entrar no catálogo. A Favorita é atemporal. Ela não fala do momento que se vive. Fala da condição humana. E isso não muda. Donatela é uma personagem completamente diferente das que vieram antes e das que vieram depois na minha carreira. O trabalho de composição dela foi algo muito minucioso. Não emprestei nada meu a ela. Era outra postura, outra maneira de falar, de se comportar. Ela é uma mulher complexa: ao mesmo tempo que o público vê nela uma mulher amorosa, havia a dúvida se ela estaria ou não falando a verdade. Então, por quase metade da trama, operei nessa dualidade porque não sabíamos quem era a vilã ou a mocinha. Isso é algo muito rico para o ator”.
“A Favorita foi uma novela que impactou muito o público. A história foi construída de uma maneira muito hábil por João Emanuel Carneiro, que não esperou o último capítulo para fazer as máscaras caírem. Tanto Donatela quanto Flora tinham histórias críveis. A virada do capítulo 100, quando o público descobre de fato quem é a vilã e a mocinha da história, foi muito impactante. Na época, lembro que as pessoas demoraram a se acostumar com os trejeitos de Donatela. Ela era uma mulher com características mais brutas e eu precisei me despir de mim para colocá-la em cena. Foi um trabalho muito especial”, completa a intérprete de Donatela.
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