O comentarista esportivo Fábio Sormani, que foi demitido da ESPN no último dia 23, enviou uma carta para a imprensa negando que sua saída tenha sido motivada por homofobia, como informou o UOL. O jornalista chamou as acusações de infundadas e que sua reputação foi exposta ao julgamento público por um preconceito que “não possui” e por “uma infração que não cometeu”.
Na nota, ele conta que tudo aconteceu por causa de uma brincadeira com um colega de trabalho que considerava “amigo”: “Há uma distância e uma diferença enorme entre essa infundada adjetivação e a brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo (por isso senti-me à vontade para fazê-la). A ESPN entendeu que o episódio feriu cláusulas contratuais, por desrespeito e quiçá indevidas, mas, repito, jamais discriminatórias“, diz Sormani.
O comentarista ainda argumenta que a própria ESPN não cita “em momento algum” do comunicado, que ele foi desligado da emissora por prática preconceituosa. Por fim, Fábio Sormani diz que “passou dias horríveis” e que ficou “terrivelmente abalado” com os veículos de comunicação que noticiaram o caso.
Leia a nota na íntegra:
Sou jornalista há 43 anos e sempre pautei minha vida pessoal e profissional regido por alguns princípios que me são muitos valorosos: ética, verdade, respeito, retidão e moralidade.
Dentro dessa minha história não posso aceitar a divulgação que fui desligado da ESPN por homofobia. Isso é o que popularmente se diz fake news, o que é inaceitável.
Estou me manifestando porque quem cala, consente, diz o velho ditado. Por harmonizar com o secular axioma, estou aqui pedindo um minutinho de sua atenção para esclarecer os fatos.
Na última sexta-feira, dia 23/09/22, fui desligado da ESPN. Mas, ao contrário do que sites inveridicamente disseram, meu desligamento não se deu por homofobia. O comunicado do meu desligamento por parte da ESPN não cita, em momento algum, essa pratica preconceituosa. Aliás, nem o compliance da empresa entendeu o episódio desta maneira, ao contrário do que foi divulgado por alguns meios de comunicação.
Há uma distância e uma diferença enorme entre essa infundada adjetivação e a brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo (por isso senti-me à vontade para fazê-la). A ESPN entendeu que o episódio feriu cláusulas contratuais, por desrespeito e quiçá indevidas, mas, repito, jamais discriminatórias.
A própria carta elaborada pelo Jurídico da ESPN sobre o meu desligamento não fala em trecho algum em ato homofóbico — e que isso, pois, fique bem claro.
O comunicado da ESPN sobre o rompimento do meu contrato, entregue aos veículos de comunicação, também não fala, em momento algum, de qualquer forma de homofobia ou ilicitude. Diz o comunicado: “O jornalista Fábio Sormani deixa de fazer parte do time de comentaristas dos canais de esporte da Disney. Agradecemos por todo seu empenho e desejamos sucesso à sua nova etapa profissional”.
Um dos princípios básicos do jornalismo é apurar corretamente os fatos. Isso não foi feito; sendo assim, cometeram o equívoco e expuseram meu nome e minha reputação ao julgamento público por um preconceito que não possuo e por infração que eu não cometi.
Nem preciso externar, mas faço questão de fazê-lo, que passei dias horríveis. Refleti a respeito da minha carreira, minha profissão e fiquei terrivelmente abalado por conta dessa atitude dos veículos de comunicação que informaram de maneira incorreta o motivo do meu desligamento.
Aliás, sinto-me ainda assim. Minha família também sofre neste momento. Por isso estou aqui, usando esse espaço, para clarear a situação. Repito: fui desligado da ESPN por uma brincadeira e não por homofobia. Nunca o fui, sou ou serei. Faz parte do meu caráter e formação.