A cantora e compositora Frantine Tho participou nesta terça-feira (26) do podcast Vênus e falou sobre diversos assuntos como ioga, fim do grupo Rouge e ainda revelou ter sofrido assédio sexual durante participação no The Voice da Holanda. Intermediado por Criss Paiva e Yasmin Ali, o bate-papo ainda rendeu citações polêmicas sobre o tão polêmico status de relacionamento entre as integrantes da banda após hiato.
Puxar tapete não era o lance que a gente fazia. Só tinha uma pessoa que fazia isso e a gente não pode proteger. Eu não gosto de falar sobre essas polêmicas sem a outra pessoa junto, sem se defender. Eu tentei ser amiga da Lu e nunca me dei bem com ela. Não faço questão de ser amiga dela. Essa é a verdade. E do lado dela: “Ah, mas eu sempre gostei da Fran”, mas na minha experiência com ela, isso não é uma verdade. É um discurso, mas não é uma convivência, não é uma realidade. E eu quero ter o direito de não gostar de uma pessoa. Não gosto, não convivo bem
Frantine Tho
Perguntada sobre quem deixou o sucesso subir à cabeça, Frantine respondeu: “Eu tive um rei na barriga um tempo. Todo mundo cometeu erros. A gente estava no desconhecido absoluto. Bom, mas não tem como negar. A pergunta é sobre a Luciana, porque ela decidiu sair na época. Quando a gente se conheceu eu pensei “putz, não vai ser legal”. O Rouge é muito maior que o relacionamento entre pessoas. Mas teve essa dificuldade… teve o esforço legítimo de conviver, de fazer funcionar. Tinha esse problema, mas não era só comigo, mas eu era quem falava. A Aline e a Karen apaziguavam. A gente discutia em inglês pra preservar os fãs, os clientes, pra não alarmar, pra proteger o grupo. Cada uma protegia do seu jeito, o seu ganha pão e o coletivo”.
Já sobre o sucesso do Rouge e o auge no início dos anos 2000, a cantora fez comparações e revelações durante a entrevista: “[Na época] tinha o Fama, da Globo. Mas era pra cantor solo e nós, éramos de um reality que formava um grupo. A gente preparou um show numa praça de alimentação, sem pretensão. E cantamos para mais de 10 mil pessoas. Tinham pretensão de vender 400 mil discos. Nós vendemos 2 milhões em 4 meses. A gente não entendeu nada. Foi um sucesso e um susto pra todo mundo”, disse. E completou: “Não tinha credibilidade e tinha muito preconceito. A gente era chamado de rato de laboratório em entrevistas. Não tinha nenhum respeito dos nossos colegas da música. A galera olhava torto. A gente fazia festivais, ganhava prêmios. Foi difícil. Mas isso deu um gás, vamos mostrar nossa música, vamos fazer o trabalho”.
Tho ainda relembrou as dificuldades no início da formação da banda: “O que a gente passava, a forma como a gente era manuseada… tinha boneca, chiclete, tinha a marca Rouge. Fomos até o Uruguai pedir pra arredondar o nosso cachê, de R$700 para 1000 reais. Era ordem da produção a gente não ter contato com as pessoas da banda pra gente não ter acesso a informações. Fizemos o Pacaembu por R$1000. Eu não aguentava mais gente dizendo o que você ia vestir, calçar, usar. A gente tinha um adiantamento de R$4000 e se a gente não fizesse o equivalente ao cachê, tínhamos que devolver a diferença. Nós viramos um produto que pertence a todos, que todos ganham muito, e eu não suportava mais. Pra mim sempre foi um desafio e por isso eu faço ioga, pra me acalmar”, disse.
Frantine participou do The Voice na Holanda em 2013. A cantora relembrou sua passagem pelo reality quando foi perguntada sobre abuso sexual e se emocionou: “É tão confuso esse lance de assédio sexual. A primeira coisa é que a gente se culpa. Se me convidam pra um teste, eu vou. Eu vou linda, maravilhosa, pernão, saltão, vozeirão e isso é interpretado como ‘estou aberta para convites’. Aí vem, beijam na boca, pegam na bunda. E isso meio que me quebrou no programa. E eu confrontei. E aí ao invés de ficar com raiva eu chorei. E ele negou“, contou.
Assista entrevista completa:
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