O MasterChef Brasil está em sua décima temporada pela Band na versão amadora, além das outras oito diferenciadas ou derivadas, como Profissional, Júnior, +60 e Revanche. Tudo isso em apenas 9 anos. Portanto, é inevitável um desgaste no formato, por mais que a emissora insista em faturar com todas as possibilidades comerciais de um programa com gastronomia. Entre 2015 e 2019 foram exibidas sempre duas edições do reality durante o ano, uma forma de preencher o horário nobre da emissora sem correr muitos riscos, principalmente para o departamento comercial, que praticamente renovava os contratos assinados para a temporada anterior.
Mas, no ano passado, a Band resolveu apostar todas as fichas no Masterchef, emendando vários formatos do programa. Em maio de 2022 entrou no ar a nona temporada da versão amadora. Uma semana depois do seu encerramento, estreou a quarta temporada da versão profissionais, seguida pela primeira temporada de + 60 e a segunda temporada de Júnior. Foram oito meses do reality de gastronomia na tela e nos terminais de audiência a queda constantes nos índices. A Galinha dos Ovos de Ouro já não era tão atraente.
Vamos aos números
A versão amadora do MasterChef ficou no ar entre 17 de maio e 06 de setembro de 2022 e marcou na Grande São Paulo 2,7 pontos, o equivalente a 5,6% do público de seu horário. Na sequência, no dia 16 de setembro, estreou o Profissionais, que teve seu último episódio exibido no dia 08 de novembro. Essa versão fechou om 2,2 pontos e 4,7% de share. Entre os dias 15 de novembro e 13 de dezembro, a versão + 60 garantiu apenas 1,9 pontos e 4,1% de share. O especial Júnior (20 a 29 de dezembro) passou quase desapercebido pelo público: marcou 1,8 de média e 4,0% de share.
A décima temporada o Masterchef começou no dia 02 de maio de 2023 e tem até agora na Grade São Paulo 2,1 de média e 4,8% de share. Esse índice coloca a emissora em quarto lugar, com metade da audiência da terceira posição no ranking, que às vezes é ocupada pelo SBT, outras pela Record.
Desgaste do formato começou em 2018
O estudo que a Coluna do Vannucci teve acesso aponta que a atual temporada de MasterChef na Band tem praticamente 30% do que foi registrada no início de sua exibição pela emissora, principalmente em 2015, quando esteve no ar a segunda temporada do formato original, que fechou com 7,3 de média e 14,3% de share. Naquele ano, o reality ocupava com frequência a vice-liderança, chegou a incomodar a Globo e obrigou a Recrd a investir pesado em realities para recuperar seu espaço. No úlyimo trimestre de 2015, embalada pela grande repercussão que o programa conseguiu naquele ano, a Band colocou no ar o MasterChef Júnior, que fechou com impressionantes 5,7 de média e 10,9% de share. Nos dois anos seguintes, o reality conseguiu se manter entre 6,1 e 6,9 de média, sempre acima de 11% de share. Depois começou a queda, um desgaste acelerado por excesso de exibição, poucas novidades para o telespectador, lançamento junto com estreias de concorrentes e uma menor audiência de toda a grade da Band.
Quem assiste ao MasterChef?
O estudo que a Coluna do Vannucci obteve com exclusividade aponta que a temporada de 2023 impactou 23 milhões de pessoas, por pelo menos um minuto, e que sua audiência é formada por 59% de mulheres. 60% dos telespectadores estão nas faixas 35 a 49 anos e + 60 anos e 90% desta audiência pertence às Classes A, B e C.
A atual temporada de MasterChef marca até agora 1,6 de média no PNT (Painel Nacional de Televisão). Seu melhor desempenho está em São Paulo, com 2,1 de média até agora. No Rio de Janeiro os números são modestos: 1,4 pontos. Os piores resultados aparecem em Salvador (0,9 pontos) e Goiânia (0,5 pontos).
Se na TV aberta não há como negar o desgaste, nas plataformas digitas o MasterChef ainda tem importante força. O canal no Youtube possui 4,94 milhões de inscritos e 3 bilhões de visualizações. No Facebok são mais de 3,6 milhões de seguidores e no Instagram atinge 3,3 milhões de usuários.
Nos bastidores ….
Na Band não é de hoje que os executivos avaliam as vantagens e desvantagens de se manter o MasterChef na grade. A grande discussão é se vale a pena emendar uma temporada na outra, revezando os formatos. Se por um lado o comercial gosta desse esquema diante da facilidade de venda do reality, do outro o artístico tenta calcular o desgaste que acontece naturalmente e que os números comprovam. Já teve, inclusive, quem defendesse que o MasterChef fosse uma atração diária, com episódios menores, como já aconteceu na Austrália.
São muitas as possibilidades. São muitos os estudos. E quem está no comando das decisões precisa ter a bagagem e o olhar para escolher o melhor caminho e achar alternativas.