Executivos, produtores e o público, todos envolvidos no audiovisual brasileiro, precisam rever o conceito de que conteúdos populares não sejam sinônimo de qualidade. É um grande mito que deve ser derrubado imediatamente para que o futuro da TV aberta não seja comprometido. Esse pensamento vem fazendo com que a TV brasileira seja sucateada com reprises, produções repetitivas (remakes) e de baixa complexidade de roteiro e produção, para que todos os esforços sejam destinados aos streamings ou para canos fechados.
A popularidade de uma produção está muito mais na identificação do público e o quanto alcança mais pessoas, do que a ideia de se nivelar por baixo. Existem muitos exemplos de produções populares que não tiveram qualidade comprometida. Novelas como “Vale Tudo” (1989), “Avenida Brasil” (2012) e “Vai Na Fé” (2023), mostram como um produto pode ser original, bem-produzido e ainda atingir várias faixas de idade, classes sociais e até religiões.
As transmissões de futebol e alguns filmes e séries também mostram o poder de um produto bem-produzido, que pode ser popular e de qualidade. O que traz, além de sucesso com o público e repercussão, bons contratos comerciais.
Cabe às emissoras e grandes produtoras esse olhar criativo. De investir mais em profissionais roteiristas, produtores e diretores para resolver esse afastamento do público da TV aberta, do que investir em grande elenco, apresentadores e produção das mesmas histórias e programas.