O Youtube tem aumentado cada vez mais sua participação na audiência, ultrapassando com folga a Record, SBT e a soma dos canais por assinatura. À sua frente somente a Globo. Até mesmo a Netflix com todo seu poder em séries, programas e filmes não consegue nem chegar perto da plataforma de distribuição de vídeos.
Desde janeiro de 2022, a Kantar Ibope consegue medir o consumo individual dentro de casa em diversas telas e de 12 plataformas de vídeo online. O Cross Platform View também consegue acompanhar o desempenho da TV aberta e TV por assinatura. Essa pesquisa é realizada a partir de um aparelho que identifica a URL de onde está o vídeo.
No mês passado (janeiro 2024), a TV aberta garantiu 69,2% da audiência, contra 30,8% das plataformas digitais. Neste cenário, a Globo permanece líder com 27,1% de share durante todo o dia. O Youtube aparece em segundo lugar na audiência com 14,2% do público. A emissora e a plataforma estão separadas por 12,9 pontos percentuais, um pouco a mais do que a Pay TV e o SBT.
O ranking de audiência no Brasil
O Cross Platform View aponta que em terceiro lugar aparece a Record, com 8,6% do público do Mercado Nacional. A TV por assinatura soma 6,1% de share e o SBT 6,0%. Ou seja, nas cinco primeiras posições do ranking estão três emissoras de TV aberta, a soma dos canais pagos e o Youtube.
Os serviços de streaming e as plataformas digitais aparecem na parte inferior do ranking. A sexta posição é ocupada pela Netflix, com 3,8% de share. O TikTok aparece bem colado com 3,1% da audiência. O Globoplay, que tem investido muito nos últimos anos, tem 1,0% do público e o Prime Video chega a apenas 0,6% do público. O Top 10 fecha com a Record News, com 0,3% de share.
Google amplia parceria com a TV aberta
Nesta semana, o Google anunciou a ampliação da com emissoras de TV aberta no Brasil. A ideia é que Band, CNN Brasil, Record e SBT tenham acesso a ferramentas que facilitarão os processos de inovação que o mercado audiovisual brasileiro atravessa. Além disso, serão oferecidas melhorias no Google Destaques e produtos desenvolvidos para ajudar jornalistas em seu trabalho, principalmente na pesquisa de grandes volumes de conteúdo, incluindo arquivos de textos, áudios, imagens e vídeos.
Os especialistas acreditam que as emissoras terão uma participação maior na distribuição de conteúdo e indicações para os internautas. O Google tem desenvolvido no mundo ações para aumentar a distribuição de conteúdo de qualidade e notícias com respaldo de credibilidade. Só aqui no Brasil, ele gera tráfego de cerca de 2 bilhões de cliques por mês para sites de notícias. Além disso, o Google Destaques tem mais de 175 parceiros em todo o país.
Desabafo do líder de audiência
Recentemente, numa reunião com diretores, produtores e artistas, Amauri Soares, o todo poderoso da Globo, disse ter saudades “da época em que nossos concorrentes eram a Record e o SBT” porque ali estavam claros as armas e os conteúdos de cada emissora. Além disso, também era possível saber quem era o público e exatamente o que consumia.
Atualmente, com o Youtube como principal adversário na audiência fica praticamente impossível saber o que e qual canal tira o telespectador da Globo. Isso porque a plataforma tem uma infinidade de conteúdo, todos segmentados por estilo, idades e outras classificações. E, por isso, a TV comandada por Amauri não consegue ter um produto capaz de concorrer com tanta diversidade e oferta.
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