O debate entre os cinco principais candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido simultaneamente pela TV Gazeta e pelo canal MyNews, foi marcado por uma série de incidentes que chamaram a atenção do público. Além das trocas acaloradas de xingamentos e acusações, a produção do programa enfrentou falhas técnicas que comprometeram a fluidez do evento.
Durante o debate, a apresentadora Denise Campos de Toledo enfrentou dificuldades devido a falhas no áudio, que deixaram o ambiente caótico e afetaram a clareza das discussões.
Em alguns momentos, foi possível observar membros da produção passando atrás da tradutora de libras, o que desviou a atenção e causou ainda mais confusão. Esses problemas técnicos ocorreram em meio a um debate já tumultuado, onde a tensão entre os candidatos estava em alta.
Assista ao momento em uma pessoa da produção surge por trás da tradutora de libras:
Confrontos e acusações Pesadas
O debate foi um campo de batalha para acusações e ataques pessoais. Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram do evento, que foi realizado no domingo (1º).
O momento mais tenso ocorreu entre Marçal e Datena. Marçal recebeu a primeira advertência após usar a palavra “merda” ao vivo, o que provocou um confronto direto com Datena.
O apresentador saiu do púlpito e se dirigiu ao local onde Marçal estava, desrespeitando as regras do debate. A organização do programa precisou suspender o direito de resposta de Marçal e interromper o debate, acionando a segurança para manter a ordem.
Acusações de Ligação com o PCC
O debate também foi marcado por intensas acusações envolvendo o PCC (Primeiro Comando da Capital). Ricardo Nunes acusou Marçal de ser “tchutchuca do PCC”, após ser chamado de “amante de Bolsonaro”.
Marçal respondeu mencionando a visita de Nunes às empresas de ônibus investigadas por possíveis conexões com a facção criminosa.
Datena, por sua vez, trouxe à tona uma reportagem do UOL sobre um banco criado pelo PCC, que movimentou R$ 8 bilhões, e criticou a administração de Nunes, alegando que ele não lidou com as investigações adequadamente.
Discussões e ataques pessoais
Além dos ataques entre Marçal e Datena, Boulos e Nunes também trocaram xingamentos. Nunes chamou Boulos de “invasor”, enquanto Boulos respondeu chamando o candidato à reeleição de “ladrãozinho de creche”.
O debate sobre mobilidade se transformou em uma troca de acusações pessoais, o que intensificou o clima de hostilidade entre os candidatos.
Reações após o Debate
Após o debate, alguns candidatos expressaram sua insatisfação com o nível das discussões. Tabata Amaral criticou a forma como o debate foi conduzido, afirmando que houve um esforço para manter a ordem que não havia sido visível em debates anteriores.
Datena e Nunes lamentaram o nível das trocas de ofensas, e Datena criticou a forma como Marçal moldou o debate para suas redes sociais, chamando-o de “risco à democracia”. Marçal, por sua vez, acusou o evento de ser um “consórcio comunista” que impossibilitou um debate produtivo.
O debate, que prometia ser uma oportunidade para discutir propostas e ideias, acabou se tornando um campo de batalha de acusações e falhas técnicas, refletindo o clima polarizado da campanha eleitoral em São Paulo.