Debora Ozório e Eriberto Leão foram perfeitos na sequência de Terra e Paixão que levou à prisão de Dirceu, o tio que violentou sexualmente a sobrinha enquanto era criança. Os dois artistas simplesmente entregaram toda a intensidade de um momento em que há medo, ansiedade, tensão e vontade de fazer a justiça. De um lado, uma jovem que precisa ter força para enfrentar seu abusador e fazê-lo confessar o crime que cometeu. Do outro, um homem sem princípios, manipulador, abusador e que insiste em defender que o problema não é dele, mas da vítima que “gostava daquilo”.
Petra finalmente consegue levar o dia à prisão e, com isso, evitar que ele ataque outras crianças. Nos últimos capítulos de Terra e Paixão, vimos ele se aproximar da filha de Flor, pronto para mais um ataque. E essa história foi mais além! Petra não permitiu que o pai usasse de violência (Antônio prometeu matá-lo) para reparar “o mal provocado pelo safado do Dirceu”. Muito pelo contrário; ela deixou o tio na mão da Justiça.
Abordagem certeira
Terra e Paixão acertou na abordagem da violência sexual contra crianças, algo que acontece na maior parte das vezes muito próximo da família e poucos percebem. E, quando alguém nota, tende a dizer que “a criança provocou com as roupas que usa ou com o comportamento”.
Walcyr Carrasco e Thelma Guedes construíram muito bem toda essa discussão. Terra e Paixão acerta ao mostrar que os pais, muitas vezes, não percebem que os filhos são vítimas dessa violência. E que buscam outras explicações para determinados comportamento. A novela também mostrou que precisamos estar atentos, que a união de pessoas é fundamental para se construir uma rede de proteção e que há profissionais que podem ajudar no combate a esse tipo de violência.
O amparo é fundamental
Glória Pires não deixou por menos no capítulo desta sexta-feira. Da negação ao acolhimento à filha, Irene, mesmo com todos os seus problemas e caráter duvidoso, mostrou que não há outro caminho a não ser amparar os filhos, acreditar neles e fortalecer uma mulher que foi fragilizada a partir das piores das violências.