O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, obteve, nesta quarta-feira (27), a concessão de liberdade provisória pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi tomada de forma liminar pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca e permanecerá válida até o julgamento definitivo do mérito do habeas corpus apresentado pela defesa do humorista.
A defesa de Nego Di afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que o influenciador será libertado da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) ainda nesta quarta-feira, após cinco meses de prisão. A decisão marca uma reviravolta no caso, que até o momento resultou em negativa da Justiça gaúcha para pedidos anteriores de liberdade.
Nego Di estava preso desde julho deste ano, investigado por estelionato. O influenciador é acusado de enganar mais de 300 pessoas que adquiriram produtos pela loja virtual Tadizuera, supostamente criada e administrada por ele. O prejuízo das vítimas é estimado em mais de R$ 5 milhões, com diversos relatos de compradores que nunca receberam os produtos adquiridos.
Em outubro, a Justiça do Rio Grande do Sul negou, pela terceira vez, o pedido de liberdade de Nego Di, alegando a necessidade de garantir a instrução criminal e a ordem pública. No entanto, a decisão do STJ em favor da liberdade provisória do influenciador, por ora, reverte essa medida cautelar, permitindo sua saída da prisão até o julgamento final do habeas corpus.
Defesa Comemora Decisão
A advogada de Nego Di, Tati Borsa, comemorou a decisão através das redes sociais. Em uma postagem no Instagram, ela escreveu: “Deu certo, Partiu Pecan”, confirmando que o humorista seria libertado após meses de reclusão.
A defesa ainda destacou que a liberdade provisória foi uma medida necessária, dado o caráter do processo, que ainda está em andamento.
Relembre o Golpe
O golpe praticado por Nego Di teve grande repercussão nas redes sociais. Inicialmente, o influenciador afirmou, em vídeos, que trabalhava apenas como divulgador dos produtos vendidos pela loja Tadizuera, sob gestão de Anderson Bonetti.
No entanto, em um segundo momento, ele revelou ser o verdadeiro proprietário da loja e garantiu a entrega dos produtos aos consumidores, o que teria aumentado a credibilidade do golpe.
Uma das vítimas do golpe, que perdeu R$ 30 mil ao comprar dois celulares e alguns aparelhos de ar-condicionado, relatou que o modus operandi de Nego Di envolvia a venda de produtos com preços muito abaixo dos valores de mercado. Para dar aparência de legitimidade ao negócio, o influenciador entregava alguns itens inicialmente, fazendo com que as vítimas acreditassem na idoneidade da loja. Depois disso, ele anunciou que a loja virtual passaria a vender ainda mais produtos com valores promocionais, atraindo um número maior de compradores.
A prisão de Nego Di gerou grande repercussão nas redes sociais, com inúmeras vítimas que relataram prejuízos financeiros significativos. Agora, com a liberdade provisória, o influenciador segue aguardando o desenrolar do processo, que pode levar a uma possível condenação.