Na noite desta segunda-feira (24), foi anunciado mais uma, das inúmeras novidades que vive o jornalismo da Record TV, desde que Antonio Guerreiro assumiu o setor. Ficou decidido que o apresentador Paulo Henrique Amorim deixará o comando do ‘Domingo Espetacular‘. No entanto, tal informação foi o estopim para alguns sites e influenciadores carregarem as redes sociais com mensagens de apoio ao profissional, junto com várias indiretas a emissora: “bolsonarista” ou “presenteou a cabeça de PHA para o governo”.
Para entender tudo melhor e refrescar a mente dos mais desatualizados, Paulo Henrique Amorim atua no jornalismo desde 1961, ele chegou na Record TV em 2003, onde também foi um dos principais responsáveis por criar o formato do ‘Tudo A Ver’ , só em 2006 passou a comandar o Domingo Espetacular. Porém, muito antes de sua carreira na emissora, ele já fazia muito sucesso nos jornais e revistas por onde passou. Trabalhou na TV Manchete, TV Globo, Band e TV Cultura. São anos de muitas histórias e polêmicas.
Sim, PHA – como é conhecido, sempre carregou diversas polêmicas ao longo de sua carreira, sempre com a língua afiada para o mundo político. Uma de suas histórias mais conhecidas, nada tem a ver com a postura que adota hoje, quando na campanha eleitoral de 1998, o jornalista foi um implacável algoz de Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto liderava o “Jornal da Band”, ele promoveu uma verdadeira campanha contra o então candidato petista à presidência da república. Lula precisou recorrer a justiça e ganhou o direito de resposta.
Veja uma das reportagens:
Para quem acessa o blog do apresentador “Conversa Afiada”, sabe que, hoje, ele é o principal carrasco do governo Bolsonaro e defensor do movimento #LulaLivre.
Há ainda acusações de racismo contra o também jornalista Heraldo Pereira da TV Globo. Amorim foi condenado a pena de 1 ano e 8 meses em regime aberto, mais multa por prática de injúria racial . O motivo da condenação se deve por uma publicação feita pelo jornalista da Record TV em 2009. No site ‘Conversa Afiada’ ele afirmou que Heraldo Pereira era um “negro de alma branca” e “não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde”.

Bastidores
Durante os 14 anos de Domingo Espetacular, Paulo Henrique Amorim colecionou algumas confusões nos bastidores. Ele chegou a brigar com as demais apresentadoras, gerando um clima de tensão no ar, nem ao menos sorrisos eram trocados, quanto mais cumprimentos de “Boa noite, Bom Dia”. Aliás, até o famoso “tchauzinho” da apresentadora Thalita Oliveira, não foi mais permitido.
Na ocasião, o apresentador pediu desculpas pela reação que teve ao elevar o tom de voz para a colega:
“Tenho a dizer que a minha reação foi para preservar meu papel de apresentador do Domingo Espetacular, que não tenho nada contra os desejos e as idiossincrasias das minhas adoráveis colegas, desde que respeitados os meus direitos. Lamento muito e peço desculpas se fui exagerado, mas sempre de maneira segura e severa resguardarei o meu trabalho como jornalista, como faço desde 1961, quando iniciei na profissão. Não seria agora que renunciaria aos meus direitos nem limitaria meu espaço. Lamento que elas tenham interpretado dessa forma. Não repetirei comportamento idêntico, mas manterei integrais os meus direitos profissionais”, disse o apresentador ao Notícias da TV.
Prêmios
Também é válido destacar alguns prêmios conquistados pelo jornalista. Ele levou o Esso em 1972, na categoria de Informação econômica pela reportagem “A Renda dos Brasileiro” na revista Veja. Ganhou o prêmio de Melhor Telejornal em 1999 pela APCA, com o Jornal da Band, e no mesmo ano levou o prêmio de Melhor Programa Jornalístico da APCA, com o programa Fogo Cruzado.
Ainda mais recente, Paulo Henrique Amorim ganhou o prêmio Influenciadores digitais 2016 na categoria “Economia, Política e Atualidades” pelo site Conversa Afiada.
E hoje?
Todas essas polêmicas, no meio político ou não, fizeram do jornalista um ser renomado e odiado. No episódio do tchauzinho, grupos feministas se uniram nas redes sociais para pedir a cabeça do apresentador. Antes mesmo do Bolsonaro surgir com seus discursos controversos, fãs da emissora já estavam clamando por mudança no programa, sempre enfáticos na saída do apresentador;
Até mesmo colegas, críticos, com muito mais experiência na área, chegaram a sugerir que a Record TV intervisse na situação, pelo “bem do jornalismo”.
Mas agora, qual seria mesmo o motivo para tanto “auê”, por conta de uma das várias mudanças na apresentação, que vive outros programas da casa, como por exemplo: o Esporte fantástico e Jornal da Record? Qual o interesse nisso tudo? Será que o mesmo Paulo Henrique Amorim seria defendido tão ferozmente, se tal mudança ocorresse há alguns anos atrás?
Antes de ser definido como isso ou aquilo, deixo claro que sou contra qualquer movimento de pressão feito pelo governo ou apoiadores do mesmo, para retirar do mapa jornalistas qualificados e que honram seu papel. Aproveito para registrar o meu total apoio a jornalista Rachel Sheherazade.
Mas, quanta memória curta se tem hoje por aí, não? Vale a leitura, para não remar com a maré sem saber pra que lado vai.