O SBT deu início a uma nova fase em seu jornalismo, com enfoque em reportagens menos sensacionalistas e mais voltadas ao entretenimento e à prestação de serviço. A mudança ficou evidente na tarde de terça-feira (20), quando o Tá na Hora apresentou uma série de pautas leves. O canal apostou em vídeos virais e histórias emocionantes, deixando de lado a cobertura intensa de crimes e ocorrências policiais.
Logo no início da edição, uma das maiores surpresas foi a entrada ao vivo da repórter Fátima Souza, conhecida por seu histórico no jornalismo investigativo. Contratada recentemente para integrar o Tá na Hora, Fátima apareceu em uma pauta sobre a campanha do agasalho para pets e pessoas em situação de rua. O tom sério da jornalista contrastou com o novo estilo adotado pelo programa, agora mais voltado a conteúdos considerados “fofos” e de fácil assimilação.
Além da reportagem sobre os cachorros, outras matérias também chamaram atenção. A apresentadora Dani Brandi apresentou com entusiasmo o caso de uma avó que vende salada de frutas para ajudar a neta, além de comentar um vídeo viral sobre uma senhora que assustava a família por dormir profundamente. O telejornal ainda exibiu imagens inusitadas de macacos sequestrando filhotes de bugios, seguindo a linha editorial mais leve.
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Operação “Sem sensacionalismo no SBT”
A transformação editorial faz parte de uma diretriz estabelecida por Daniela Beyruti, presidente da emissora. Filha de Silvio Santos, ela expressou publicamente o desejo de suavizar o tom dos telejornais do canal, retirando o foco de conteúdos com forte carga emocional negativa. Segundo Daniela, o consumo constante de reportagens violentas prejudica a saúde mental do público, especialmente em uma TV aberta que ainda atinge milhões de lares diariamente.
Em nota enviada ao Notícias da TV, a Comunicação do SBT garantiu que nenhuma cobertura policial deixará de ser feita, mas que a abordagem será mais equilibrada e humanizada. A meta é preservar a informação sem causar desconforto excessivo aos telespectadores.
A iniciativa, no entanto, dividiu opiniões nas redes sociais. Parte do público elogiou a leveza do conteúdo, enquanto outros acreditam que a emissora está indo para o “8 ou 80” e acabando de vez com o seu jornalismo.