Os diretores do SBT são extremamente cautelosos quando o assunto é sondagem de artistas, jornalistas e profissionais para o vídeo. É assim desde a metade dos anos 1980, quando a emissora começou a sondar estrelas da concorrência para ampliar sua grade. Silvio Santos sempre agiu de forma discreta nessas negociações. No primeiro sinal de que alguém vazou a informação sobre o interesse, imediatamente o apresentador abortava o plano.
Além disso, nos anos 80 e 90, muito artista com contrato próximo a vencer ventilava que houve uma conversa informal com representante de Silvio Santos. Uma forma de pressionar a Globo, Manchete ou Bandeirantes a renovar o compromisso e, ainda, ganhar um aumento salarial.
Emissoras mais próximas
As coisas mudaram muito nos últimos anos. Os diretores de TV entenderam que sondar artistas par apenas inflacionou o mercado, que atualmente revê valores e desenvolveu novas formas de remuneração. Salário elevado já não existe. Em seu lugar tem um fixo menor e maior participação nas vendas comerciais e nos merchans.
Além disso, há oito anos, executivos do SBT, Record e Rede TV se uniram na Simba, uma empresa para representar as emissoras nas negociações com as distribuidoras e, assim, pleitear remuneração maior pelo conteúdo que produzem. Band também ficou próxima do grupo, principalmente quando o assunto é “sondagem de artistas”. Ninguém assume oficialmente, mas na prática há um “acordo de cavalheiros” para que uma emissora não sonde artista da outra e, se isso ocorrer, que seja somente no final da vigência do contrato. Aliás, é importante destacar, que todas seguem as mesmas práticas e só assinam vínculos de longo prazo com poucas estrelas, mesmo assim, com clausulas que facilitam o rompimento caso o projeto não dê os resultados esperados.
Contratos por obra
Na Record, por exemplo, boa parte dos apresentadores possuem contratos sem prazo fim e renegociaram valores. A emissora diminuiu o salário fixo e aumentou a participação comercial para viabilizar suas finanças num momento em que “contrato por obra” é a realidade do mercado.
Mas, é claro, que alguns ainda usam do antigo expediente de deixar vazar uma sondagem, mesmo que tenha sido apenas uma conversa que chegou torta na imprensa.