Duas equipes de reportagens da NDTV, afiliada da Record TV em Santa Catarina, foram hostilizadas durante a cobertura dos protestos que estão paralisando as rodovias pelo Brasil. Os jornalistas Stêvão Limana e Osvaldo Sagaz foram atacados por apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, que exigiam que eles apagassem as imagens registradas das manifestações.
Stêvão Limana é repórter da NDTV em Blumenau e realizava uma entrada ao vivo no Tribuna do Povo, nessa terça-feira (01), quando foi atacado pelos bolsonaristas, na BR-470, juntamente com o operador de câmera Lucas Fernandes. Os bolsonaristas tentaram intimidar a equipe e paralisar a gravação. “Apaga o vídeo aí, apaga tudo agora”, disse um protestante. “Nós vamos quebrar a câmera”, disparou outro. “Acabou a reportagem”, se exaltou mais um.
Já na Grande Florianópolis, em Palhoça, na BR-101, o repórter Osvaldo Sagaz e o cinegrafista Daniel Teixeira foram impedidos de se aproximar da manifestação com a câmera. Em uma publicação nas suas redes sociais, ele desabou sobre o ocorrido e afirmou “sentir medo” ao exercer a sua profissão.
“Nos últimos dois dias vivi os piores momentos de toda a minha carreira de jornalista. Já tinha passado por perrengues, ouvido certas besteiras no exercício da profissão. Mas, hoje senti medo. Fui expulso de uma via pública por estar trabalhando” afirmou Osvaldo Sagaz, no seu perfil oficial do Twitter.
Durante o ND Notícias, a afiliada da Record TV repudiou os ataques sofridos por suas equipes de reportagens. “Nós, do grupo ND, lamentamos as agressões contra a nossa reportagem. Esse tipo de atitude, contraria a liberdade de imprensa, tão essencial à democracia. O jornalismo existe para informar o público. O cerceamento ao livre exercício profissional sempre terá o nosso repúdio”, disse o comunicado lido pelo apresentador Luan Vosnhak.
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