A RECORD promoveu novos cortes no seu departamento de jornalismo nessa segunda-feira (02). Dentre os que foram demitidos está o repórter Leandro Stoliar, que chegou a ser preso na Venezuela em 2017, durante a gravação de uma reportagem sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamentos do BNDES.
Stoliar estava na emissora desde 2010, integrando o núcleo de reportagens especiais da emissora. Além disso, ele atuava na equipe do Jornal da Record, onde era repórter e também apresentador eventual, tanto da edição principal como dos boletins do JR 24h.
O repórter era rosto frequente no canal e também muito conhecido pela autoria do livro “Dossiê Venezuela”. Na obra, Stoliar conta detalhes da sua prisão no país vizinho, na qual ficou 30 horas detido, juntamente do repórter cinematográfico Gilson Fred Oliveira.
Em uma breve entrevista ao site Audiência Cariosa, ele comentou a sua demissão: “Alegaram uma crise financeira e que eu tinha alto salário. Mas fui muito respeitado e me trataram com muito carinho. Foram 15 anos de um jornalismo com ética, comprometido e combativo”.
O jornalista ainda completou: “Cobri reportagens nos cinco continentes, ganhei prêmios, fui preso em outro país e estive na guerra. Além de ser apresentador do principal jornal da casa. Mas a vida é assim. Ciclos sempre tem um fim. Em breve eu estou de volta”.
Reestruturação e mais demissões
A demissão de Leandro Stoliar faz parte de uma reestruturação que a RECORD alega estar fazendo no seu departamento de jornalismo. Além dele, o canal dispensou ainda o repórter Eric Klein e a então chefe de reportagem Cristina Scaff.
O Portal Alta Definição procurou a RECORD para comentar as novas demissões, porém não obteve resposta.
Na semana passada, a emissora respondeu a um questionamento anterior e justificou que as demissões fazem parte de uma reestruturação no seu departamento de jornalismo.
A assessoria, no entanto, negou que as demissões estejam ocorrendo por conta da compra dos direitos do Paulistão e do Brasileirão, conforme tem se especulado na mídia.
O espaço segue aberto, caso a RECORD queira se posicionar oficialmente.