Nesta quarta-feira (23), agentes transferiram o rapper Oruam da delegacia para a cadeia pública de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. A unidade abriga, principalmente, presos provisórios, e o músico deve passar por audiência de custódia ainda hoje.
A prisão ocorreu após uma série de acontecimentos envolvendo o cantor. Oruam se entregou à polícia na Cidade da Polícia, na Zona Norte da capital, acompanhado da mãe, da namorada, do advogado e de dois seguranças. Ao chegar, o artista se dirigiu aos fãs: “Só pedir desculpa mesmo, dizer que eu amo muito os meus fãs. Vou dar a volta por cima, tropa, tô com Deus e tá tranquilão”, disse.
A confusão que levou à prisão de Oruam começou na madrugada de terça-feira (22), quando agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram até sua residência, na zona oeste da cidade, para apreender um adolescente de 17 anos. O jovem, que tinha um mandado em aberto por roubo de veículos, foi encontrado no local e também se apresentou à polícia.
Poucas horas após o episódio, o cantor publicou vídeos nas redes sociais alegando estar no Complexo da Penha, área dominada pela facção criminosa Comando Vermelho, desafiando os policiais: “Vem aqui, pô, me pegar aqui agora, pô!”
A Justiça decretou prisão preventiva para o rapper, que foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público por crimes como lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio público e desacato. O adolescente, segundo a polícia, seria segurança de Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho.
A Polícia Civil também investiga uma possível ligação de Oruam com o tráfico de drogas. Ele é filho do traficante Marcinho VP, uma das principais lideranças da mesma facção. De acordo com o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, “se alguém tinha alguma dúvida de que Oruam é um artista periférico ou um marginal, hoje temos a certeza de que se trata de um bandido da pior espécie, associado à facção criminosa Comando Vermelho.”
Peritos voltaram à casa do cantor para coletar provas. Entre os materiais examinados estão pedras supostamente lançadas contra os agentes durante a operação.