Eleito pela revista Forbes um dos jovens mais promissores do país na área de Arte/Entretenimento, Mateus Ribeiro entrou para a disputada lista “Under 30″ em 2018 e faz parte da nova geração do teatro musical nacional como um dos seus principais nomes.
Astro de musicais como “Peter Pan – O Musical da Broadway”, “2 Filhos de Francisco – O Musical”, e o mais recente “Chaves- Um Tributo Musical”, Mateus se lança como cantor e tem Tiago Abravanel como seu empresário .
“João Ninguém” é seu tocante e leve single de estréia . Produzido de forma independente, possui uma letra sensível que aborda relacionamentos. O clipe, que também é um curta-metragem, é cercado de cuidados e a criatividade salta os olhos. Cores vivas, balões azuis e vermelhos, e a estética mergulhada no lúdico. A parceria de Mateus em cena com Bruna Mascarenhas, a Rita de “Sintonia” da Netflix, tem química.
Em entrevista, Mateus Ribeiro abre o jogo sobre a nova fase de sua carreira e conta como foi o processo criativo de “João Ninguém”.
“João Ninguém” foi composta em 2013. O que te inspirou a escrever essa música?
O fim de um relacionamento amoroso me levou a escrever essa e algumas outras músicas. “João Ninguém” foi escrito com coisas que eu ouvi da pessoa com quem eu tinha namorado. Então é curioso, por que apesar deu ter escrito, é como se fosse na perspectiva dela. Ela queria voltar, mas eu, apesar de amá-la, não queria mais, então ela pensava que eu preferia estar com qualquer pessoa do que com ela. O que não era de fato verdade, mas era como ela via na época. Já o clipe é uma releitura disso, mas com pitadas de ficção.
Esse novo single tem sons percussivos feitos com balão e beat box feito por você. Como foi o processo de criação para “João Ninguém”?
Eu produzi quatro músicas minhas, com o Rique Avezedo, e fui com a proposta de me experimentar mesmo. Queria descobrir sons novos. Eu já tinha a concepção do clipe, então pensei em testar o balão também no âmbito sonoro, pra entender como soaria. O beat box na rela nem era nossa intenção, eu fiz no começo, quando ainda não tínhamos gravado o balão, só que quando fomos colocar os sons de balão, deixamos ainda alguns do Beat Box que achamos interessantes.
O clipe foi gravado entre Fevereiro e Março desse ano. Quais foram os maiores desafios desse projeto audiovisual?
Foram muitos os desafios. Eu nunca tinha produzido um projeto autoral, tinha muito coisa que eu estava entendendo como funcionava. Acredito que por ter um orçamento muito apertado, complica mais, por que você precisa achar parceiros que acreditem, precisa achar soluções pra produzir com o valor que tem, pesquisar muito, e muitas vezes adaptar escolhas pra caberem dentro da realidade. Foi um período muito cansativo, mas de muito aprendizado e realização.
“João Ninguém” faz parte de um EP ou pretender lançar singles esporadicamente?
A ideia inicial é ir lançando músicas esporádicas, e tentar trazer todas elas com clipe. Sei que é uma realidade bem complexa, pois produzir um clipe demanda muito tempo, energia e dinheiro, mas estou nessa busca.
Como surgiu a oportunidade de se lançar como cantor, sendo empresariado pelo Tiago Abravanel?
Então, ela não surgiu, eu que inventei mesmo. Risos. Eu componho há anos, e ano passado finalmente eu achei que era o momento de fazer algo com elas. Eu tinha guardado um dinheiro, e estava com um tempo sobrando, só que sou uma pessoa mega workaholic, então decidi produzir. Depois de músicas e o clipe de “João Ninguém” prontos, eu resolvi mostrar pro Ti, que é meu amigo, e ele adorou e resolveu me ajudar. Ele tem um coração gigante, e eu sou muito grato pelo Ti acreditar e se dispor a tentar fazer eu trabalho chegar mais longe.
Já tem nova música de trabalho em andamento? Se sim, pode adiantar um pouquinho do conceito da próxima?
Sim, já estou preparando o lançamento da próxima! Ela também fala de relacionamento, mas dessa vez se estende não só ao relacionamento amoroso. Tem uma pegada um pouco mais calma e intimista do que João Ninguém. Foi a segunda música que compus na vida, acho que um ano antes de João Ninguém, e sem dúvida é uma das mais especiais e pessoais pra mim, se não for a mais.
Logo no seu primeiro single você compôs, fez parte da criação do projeto de forma geral e ainda assinou a direção do clipe ao lado do Julio Denig. Como lida com essa autonomia? Te assusta um pouco?
Acho incrível. Eu gosto muito desse lado criativo, do mesmo tanto que não gosto de coisas burocráticas, então poder me expressar de outras formas, em outras funções, é muito prazeroso quanto artista. Poder pensar no roteiro, no que quero contar, como são esse personagens e construir esse mundo deles, tudo isso me empolga demais. Quero poder cada vez mais mostrar minha arte das mais variadas formas. Comecei esse ano com o vídeo do Ser Ator, que tomou proporções incríveis e tive a honra de ter nomes como Jô Soares e Marcos Caruso falando um texto meu, que ficou eternizado num vídeo visto por mais de 800 mil pessoas. Por mais doido que possa ser, a pandemia marcou o começo desse processo de mostrar o Mateus artista, que vai além do Mateus ator.
Você é um ator bem ativo nos palcos. O que esse momento de reclusão tem causado em você?
Desespero. Risos. Tô brincando, mas no fundo é um pouco verdade. Eu sou um cara muito ativo, e não poder sair de casa me consome um pouco. Trabalho com teatro há muito tempo e acho que nunca fiquei tanto tempo longe de um palco. Mas aproveitei esse tempo da forma que dava, tentando colher algo de positivo.
O que diria para o João Ninguém?
Acho que o que eu diria pra qualquer pessoa é: se ame. O mundo tenta diariamente nos intoxicar e fazer com que não gostemos de quem somos. Acho que existe uma onda muito bonita vindo por aí, onde as pessoas começam a se enxergar da forma que são: únicas e belas. Acho que a singularidade do ser humano é uma das coisas mais bonitas que ele carrega, então nunca vai valer a pena se anular ou se mudar por algo ou alguém. É preciso se enxergar. É preciso se amar.