Recursos escassos e quase nenhum investimento em infraestrutura e em incentivo a pesquisas podem resultar em tragédias, como a perda do acervo que estava no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que foi consumido por um incêndio em setembro. No programa desta quarta-feira, dia 24, a equipe do ‘Profissão Repórter’ acompanha o dia a dia dos cientistas que lutam para continuar na área da pesquisa no Brasil.
No Rio de Janeiro, o repórter Guilherme Belarmino mostra o esforço feito por funcionários e voluntários do Museu Nacional para manter vivo o interesse do público pela instituição e pelo conteúdo que formava o seu acervo. Foi assim que eles ergueram uma tenda em frente aos escombros para abrigar uma amostra com cerca de 30 das 20 milhões de peças que estavam no museu antes do incêndio. Nos bastidores da reportagem, Belarmino revela um dos momentos que mais lhe marcaram durante o processo: “Uma menina que não teve a chance de ir ao Museu Nacional chorando de tristeza”, conta.
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A passagem pelo Museu Nacional ainda proporciona outros encontros e histórias ao repórter. Entre elas, a de José Guajajara, de etnia indígena, que concluiu o Mestrado em Linguística pela UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – e realizou uma pesquisa durante seis anos, comparando a língua portuguesa a língua indígena zangueté. Grande parte da pesquisa de Guajajara também estava guardada no Museu Nacional.
As chamas que consumiram o acervo do prédio histórico no Rio de Janeiro também queimaram grande parte do material estudado no curso de Mestrado do agora pós-doutorando em Biologia, Simeão Moraes. Ele faz parte de um grupo de pesquisadores da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas – que também conhece de perto os percalços do dia a dia da pesquisa no Brasil. Entre os trabalhos propostos pelo grupo está a coleta de borboletas e mariposas no coração da Amazônia. Assim, no ‘Profissão Repórter’, os jornalistas Gabriel Mitani e Mariane Rodrigues acompanham o trabalho desses pesquisadores que, durante dias, caminham sob o sol para concluir o projeto.
A repórter Danielle Zampollo vive um momento de reencontro. Antes de seguir carreira no Jornalismo, ela se formou em Biologia, e agora tem a chance de encontrar antigos colegas de faculdade para entender como eles estão atualmente. Das 75 pessoas que estudaram Biologia com a repórter, 47 desistiram da área, e somente 28 seguem na profissão. No programa, Danielle mostra como vivem aqueles que optaram por continuar na Pesquisa e quais foram as alternativas escolhidas pelos que seguiram rumos diferentes.