O Profissão Repórter desta terça-feira (21), traz uma das pautas mais comentadas do último mês em todo telejornalismo: a morte do indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips, que já eram conhecidos pelo ativismo relacionado à Amazônia e tornaram-se um marco da violência na região quando os suspeitos do duplo assassinato foram presos e confessaram os crimes. Caco Barcellos e sua equipe vão ao Vale do Javari/AM e acompanham o resgate dos corpos dos dois homens em uma busca liderada quase que integralmente pelos indígenas da região.
Dessa reportagem sobre a perseguição e morte dos defensores da Amazônia, guardarei para sempre os que aprendemos com os indígenas investigadores de quatro povos: os Matis, os Matsés, os Kanamari e os Marubos
Caco Barcellos
Bruno Pereira era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão do Governo Federal responsável pelas políticas públicas destinadas aos povos originários brasileiros. Entre as diversas funções que exerceu, ele foi coordenador geral de índios isolados e atuou como guia da equipe do programa durante uma expedição da fundação na região durante 25 dias. Em matéria exibida pelo programa em 2019, ele já relatava que vinha sofrendo ameaças de madeireiros, garimpeiros e caçadores ilegais. Danielle Zampollo e o repórter cinematográfico Maycom Mota, que participaram da reportagem naquele ano, receberam mensagens com relatos de Bruno sobre a situação de angústia.
Três anos após a primeira visita, o programa retorna ao Vale do Javari após o caso gerar repercussão mundial. Ao longo dos últimos dias, os repórteres Caco Barcellos e Thiago Jock fizeram a cobertura da investigação sobre o desaparecimento de Bruno e Dom. Entre igarapés e lagos do rio Itaquaí, a reportagem observou o total conhecimento dos índios e a alta capacidade deles em reconhecer os sinais da selva. Os jornalistas acompanharam as primeiras pistas até o resgate dos corpos, feito de helicóptero, de Atalaia do Norte para Tabatinga, no Amazonas.
Caco Barcellos
No acampamento deles, ganhamos abrigo e caldo quente de pirarucu para enfrentar a noite fria. Durante o dia, fomos testemunhas das buscas deles no rio e na floresta, que levaram a descoberta dos locais da emboscada, dos assassinatos e do esconderijo dos corpos. Conhecemos o indígena Elizeu Marubo, um dia depois dele ter encontroado os objetos das vítimas amarrados no fundo de um lago. Ele estava abalado por pressentir as mortes de Bruno e de Dom
O “Profissão Repórter” vai ao ar nesta terça-feira (21), logo após o No Limite, na TV Globo.
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