Nesta quarta-feira, dia 9, o “Profissão Repórter” exibe o conteúdo sobre a crise imigratória venezuelana no Brasil. O repórter Estevan Muniz acompanha a jornada de 5 mil quilômetros feita por uma família que viaja da Venezuela, na fronteira com Roraima, até a cidade de São Paulo, no que considera a “reportagem mais difícil que já fez no ‘Profissão Repórter'”.
Ao todo, são cinco semanas de viagem até que mãe, pai e filha de apenas quatro anos consigam cruzar o país sem recursos, sobrevivendo apenas de caronas e doações. “Viajamos a pé, em caçamba de caminhonete, em barco de madeira, em ônibus. É uma jornada pelo país continental que é o Brasil”, conta Estevan, que conduziu a reportagem ao lado do repórter Eduardo de Paula.
Uma das dificuldades foi dormir à beira da estrada e ver a família passar fome.
[bs-quote quote=”“Como equipe, temos vários desafios a superar: a questão logística, de carregar câmera e equipamentos por um caminho tão longo; a questão de conteúdo, já que a jornada é cansativa e precisamos tratar de todas as questões e fazer um bom trabalho jornalístico sob o estresse; e principalmente a questão ética, de como registrar essa história sem se envolver de forma tão intensa na situação”.” style=”style-7″ align=”center” color=”#4ca533″][/bs-quote]O registro faz parte de um número alarmante: cerca de 800 venezuelanos cruzam todos os dias a fronteira com o Brasil, fugindo da crise de desabastecimento que enfrenta o país caribenho.
Em Caracas, capital da Venezuela, o repórter convidado Rhonny Zamora visita duas famílias e mostra como os venezuelanos lidam com a crise. Além de geladeiras vazias, a população lida com filas intermináveis para tentar conseguir alimentos bancados pelo governo.
No mercado, um salário mínimo consegue comprar apenas três pacotes de papel higiênico. Até para conseguir dinheiro em espécie o venezuelano enfrenta dificuldades: os bancos permitem saques de somente 10 mil bolívares, enquanto uma xícara de café chega a custar até 30 mil.