Na manhã desta quarta-feira (03), a Polícia Federal efetuou cinco detenções, 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, dentre eles, pessoas de confiança ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação da PF foi explicada através de um ofício.
De acordo com o órgão federal, o aplicativo ConectSUS do ex-presidente e da filha Laura, de 12 anos, foi acessado entre os dias 22 e 27 de dezembro de 2022. Nessas datas foram fraudadas vacinação contra a covid-19, com 3 doses de vacina (que não foram tomadas por Bolsonaro).
Nos registros investigados pela Polícia Federal, duas das três vacinas supostamente aplicadas foram apagadas. Em 30 de dezembro foi emitido um certificado de vacinação com uma dose da Janssen, permitindo que Bolsonaro viajasse para os Estados Unidos e não estivesse no Brasil no dia da posse de Luís Inácio Lula da Silva.
Entre os nomes citados no documento da PF estão Mauro Cesar Barbosa, Gabriela Santiago Ribeiro, Geovana Ribeiro e Isabela Ribeiro.
Repercussão internacional
O caso ultrapassou os noticiários brasileiros e foi destaque nos principais portais do mundo, como o The New York Times, BBC News, The Guardian, The Washington Post, entre outros. “A investigação da vacina é uma das muitas que colocam o ex-líder de extrema-direita sob pressão, incluindo investigações sobre suposta supressão de votos, ataques à legitimidade das eleições brasileiras e desvio de presentes estrangeiros”, diz reportagem da Reuters.
“O político de extrema direita repetidamente minou os esforços de contenção e vacinação contra uma doença que ele descartou como uma ‘pequena gripe'”, aponta o The Guardian.
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