Faltando poucos dias para a estreia da nova novela das nove, ‘O Sétimo Guardião’, a trama sofre uma grande ameaça de não ter seu primeiro capítulo exibido, ou ser interrompida ao longo dos próximos dias. De acordo com matéria publicada pelo UOL, Silvio Cerceau, ex-aluno da Oficina de roteiristas ministrada por Aguinaldo Silva, entrou na Justiça com uma liminar (decisão provisória) reivindicando seu nome nos créditos do folhetim da Globo.
Silvio pede que a novela seja impedida de estrear com base na lei dos direitos autorais: “Entrei com essa liminar para garantir que a Globo cumpra o meu direito. Ou seja que a novela tenha o meu nome nos créditos não só na estreia, no próximo dia 12, como todos os dias do período em que ela for exibida. Se isso não acontecer, ela pode até não estrear ou pode também ser suspensa a qualquer momento porque eu vou entrar com todos os recursos necessários para que a Justiça seja feita. O Aguinaldo continua dizendo que a novela é dele, mas não é. Os autores são os 26 alunos que participaram de um curso que ele deu para roteiristas há três anos”, disse Cerceau.
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Toda a confusão envolvendo a novela começou há um ano atrás, na época, segundo Silvio, a assessoria de Aguinaldo Silva entrou em contato com os ex-alunos para informar que todos receberiam a devolução da taxa de inscrição – R$4 mil reais – pago com juros, porém isso só seria possível se todos assinassem um novo contrato cedendo gratuita, total, irrevogável e exclusivamente os direitos. Uma parte dos alunos aceitaram, mas Cerceau se negou.
Ao UOL ele explicou os motivos: “Não existe uma novela sem a sinopse. A dinâmica funciona com a emissora primeiro lendo a sinopse de uma novela e aí ela compra os direitos e a novela passar a ser escrita. O autor da novela pode ser também o autor da sinopse, mas a direção pode comprar e passar para outro roteirista desenvolver. No caso de ‘O Sétimo Guardião’, quem escreveu as tramas, os 50 personagens, os cenários, o mistério do gato e da fonte foram nós, os alunos. A única coisa que o Aguinaldo Silva fez foi ditar a escaleta do primeiro capítulo”, confessou ele.
O autor ainda falou que pretende brigar pelos direitos patrimoniais e que tem todas as provas, Silvo também afirmou que o nome da cidade fictícia foi uma homenagem da turma para Aguinaldo.
“Batizamos o nome da cidade em homenagem a ele porque Serro Azul era só citada nas outras novelas, nunca serviu de cenário de uma história e o Aguinaldo ainda usa isso para justificar como autor sozinho. Ele ainda trouxe dois personagens de ‘A Indomada’ para reforçar essa teoria”, e continuou: “Estamos falando do produto mais caro da televisão brasileira, o de maior audiência e de maior valor publicitário por conta dos anúncios. Também quero tudo isso porque antes havia a dúvida de quem estaria falando a verdade e eu sofri muito com essa história e hoje, além de mim, mais seis alunos já vieram a público para reivindicar também a coautoria da novela. Ou seja, afirmando tudo o que eu venho falando. E eu tenho tudo documentado, eu tenho todas as provas.” concluiu Cerceau.
O outro lado
Procurado pelo UOL, o autor Aguinaldo Silva não foi encontrado, já a comunicação da Globo informou que mantém a data de estreia da novela e completou: “A Globo não faz parte da decisão judicial mencionada e não comenta casos pendentes de avaliação do judiciário”.