Nos últimos dias, muito se tem falado sobre o cenário e grafismo do novo ‘Fala Brasil’, telejornal que virou referências nos últimos anos, mas tem apresentado algumas falhas. Analisando bem a trajetória do jornalístico nos últimos dez anos, é possível observar que o formato “parou no tempo”, mas acredito que por motivos bem mais “graves” que os criticados ultimamente.
O mesmo Fala Brasil que ao longo dos tempos investiu no conteúdo “ao vivo”, é o mesmo que continua investindo em um formato engessado e, se até o Jornal da Record evoluiu, o segundo principal da Record TV precisa melhorar para conquistar um público que sabe onde buscar agilidade na informação.
Dinamismo
Preso a uma bancada enorme [minha única sugestão para esse cenário seria uma diminuição], as excelentes apresentadoras Salcy Lima e Roberta Piza ainda ensaiam uma chamada ao vivo, tudo muito certinho, mecanizado. O público sabe exatamente como cada repórter será chamado para entrar ao vivo e também como será sua despedida. De tão perfeito, parece até ser gravado.
Há também um ponto interessante, assim como no Jornal da Record, o Fala Brasil insiste na mágica ultrapassada da televisão. Os apresentadores aparecem na bancada e, em segundos, eles surgem ao lado de telão a uma boa distância da bancada. Fica a pergunta: como ele chegou até lá?
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Faltam ângulos que valorizem o espaço e que deem maior liberdade para as apresentadoras transmitirem a informação com mais tranquilidade. Está tudo muito preso.
Além disso, a interatividade com o público tão pedida, só é exibida aos sábados, mesmo com a participação diária dos telespectadores. Fica devendo o “Fala” ao Brasil.
Cores, GCs e até bancada, é fácil acostumar, mas dinamismo é palavra chave desse novo tempo, algo que encontramos no ‘Café com Jornal‘ (Band), ‘Bom Dia Brasil’ (Globo) e até no ‘SP no AR’ (Record TV SP), como alguns exemplos. Manter Salcy e Roberta e um formato robotizado é um desperdício total.