A Globo muda o tempo todo. Esse é um privilégio de quem sabe inovar! Com essa constante renovação ela ganha, mas também perde. Recentemente foi divulgada uma pesquisa onde foi constado uma fuga do seu telespectador. Sinais de uma ferrenha disputa por atenção, agora não mais com a rede aberta, mas sim com o streaming. Mas, mesmo com essa acirrada briga, a Globo mantém o primeiro lugar, ainda com folga. Mas, há produtoras em seu retrovisor e não dá para desprezar.
Mudanças sob nova gestão
Amauri Soares, atual gestão do conteúdo de entretenimento da Globo, que inclui a dramaturgia, fez movimentos que já se sente há algum tempo. Com excessos de aparições, ou simplesmente, a sua ausência.
Recente megassucesso de público e crítica, Vai na Fé é um aceno claro e direto a uma parte do público que Globo quer para divulgar sua programação em suas redes sociais e que cresce a cada censo e ganha visibilidade no mundo: o público evangélico.
A legião evangélica
O censo de 2022 indica que os protestantes somam 22% da população no Brasil. E estima-se que na próxima década esse número se eleve e ultrapasse a quantidade de católicos no país. É, sem dúvida, um movimento poderoso que unido, se torna cada vez mais relevante.
Nos últimos quatro anos houve um “boom” de evangélicos presentes nas redes. Eles se destacam por suas ideias e opiniões ferrenhas a respeito do que se vincula nas redes, nas plataformas e na Tv.
A parte que falta
Visando esse público emergente, a Globo não quer perder tempo. Com as antenas ligadas e alguns acertos no caminho, ela quer esse telespectador. O maior sucesso do ano teve sua protagonista evangélica e é uma novela que soube falar dos diferentes tipos de Fé. Rosane Svartman levou as redes à loucura com sua Vai Na Fé, uma história tão próxima do público que agradou a todos desde seu início em janeiro desse ano. Vídeos no TikTok e Instagram somavam mais de 1 milhão de visualizações e, assim, fez a Globo lucrar com uma novela das 19h como não se via desde Cheias de Charme, de 2012.
O sucesso animou a emissora, que pelo intermédio de pesquisas notou que o público protestante via e se identificava com Sol. Ajudes realizados. As carícias de Helena e Clara foram dizimadas antes de ir ao ar, o que provocou revolta. E protestos rede social a fora. E não dá para desprezar que o público que torcia pelo beijo entre as garotas é igualmente, ou talvez mais forte que o evangélico que vê a TV.
Espiritismo na tela
Outros beijos foram cortados e a atual novela das 21h também sofre esse tipo de censura. Mas, o que mais chamou a atenção do público é a ausência de novelas com temáticas espíritas, que sempre fazem muito sucesso entre todos os públicos e ficou escassa na TV.
Há um forte indício de que, visando atrair os evangélicos, a Globo tenha, por enquanto, declinado sinopses com o tema como centro das histórias. Isso causa frustração e pode, com o tempo, ocasionar uma fuga de uma parcela grande do público. O Caso mais recente de uma mudança nada sensível foi a alteração na nova novela das 21h, Renascer.
Previsto para estrear em 24 de janeiro de 2024, o remake assinado por Bruno Luperi teve mudanças importantes. No original de 1993 o personagem Lívio era um padre. Agora, na versão do ano quem, teremos Lívio agora como um pastor. Tal mudança se deve a uma pesquisa feita entregue a Bruno Luperi, onde se nota esse “boom” protestante. E, neste caso, há um elemento surpresa, a novela conta com a lenda do “diabo na garrafa” cultuado por José Inocêncio. A figura o acompanha durante toda a trama.
Será que esse diabinho será substituído? Veremos!