Os números consolidados dos últimos dias ainda não circulam entre os executivos das emissoras de TV, mas todos eles estiveram de olho nos dados preliminares. A intenção foi analisar o comportamento do telespectador diante de algumas apostas e também durante a noite de 24 e o início de 25 de dezembro. Como em anos anteriores, aconteceu a queda natural no número de aparelhos ligados.
Na segunda-feira pela manhã houve uma redução importante de público, mas as participações das emissoras (share) não alterou muito. Isso indica que cada programa tem sua plateia cativa e, é lógico, cada emissora seu perfil de público. Globo, Record e Band, que seguiram suas grades normais, conseguiram manter praticamente o share, ou algo muito próximo. No SBT houve uma oscilação, mas a emissora apostou numa programação especial e diferenciada para o feriado de Natal.
Outro dado da medição minuto-a-minuto que chama a atenção é a recuperação de público no período da noite e a concentração nas novelas, principalmente em Terra e Paixão. É como se as comemorações se encerrassem a tempo de o telespectador voltar para sua história.
Na história
Na década de 1960, a Excelsior apostou nas novelas diárias em diversos horários. Os diretores da emissora constataram que o brasileiro gostava de acompanhar histórias em capítulos e que este formato acabava diluindo os custos. Algum tempo depois, a Globo melhorou essa fórmula e intercalou suas novelas com telejornais locais e nacional, que funciona até os dias de hoje.
Mais do que uma questão de otimização de orçamento e retorno comercial, novelas diárias criam o costume no público e são mais eficientes para manter os números, principalmente nessas ocasiões em que naturalmente haverá uma boa parcela que se afastará da TV.