Final de ano se aproximando e naturalmente o público some da frente da TV. Isso é normal e todo mundo espera que seja assim. Mas, estamos em meados de Outubro e as novas novelas da Globo sofrem para engrenar no Ibope e ganhar popularidade nas redes. Elas por Elas, estreou em 25 de setembro com uma premissa interessante . Não se trata de um remake e a novela tem toda a pinta de uma trama das 19h, o que pode ter sacramentado uma espécie de rejeição do telespectador mais desejoso de uma novela com cara de 18h. Amor Perfeito e Mar do Sertão, suas antecessoras, agradaram a esse nicho que tem o hábito de ligar a TV às 18h. A nova novela vem dando índices abaixo do esperado mas tem um trunfo: é uma novela nova e a qualquer momento pode engrenar .
Fuzuê, 19h
Já às 19h, a novela Fuzuê teve muita repercussão antes de sua estréia, em agosto, já para embalar com o mega sucesso Vai na Fé. E isso deu certo. Em suas primeiras semanas, a novela de Gustavo Reiz angariou até mais público do que a primeira semana de sua antecessora, isso aumentou o engajamento da trama e sua popularidade elevou nas redes. Mas de algumas semanas para cá, a caça ao tesouro, fio condutor das principais tramas da novela, caiu na mesmice. Resultado: o público fugiu, e pior, tem feito duras críticas à novela.
Há pessoas que dizem nas redes que a busca por tesouro é uma história datada e faz o público perder o entusiasmo. A repetição de bordões tem deixado alguns com um certo ranço e personagens parecem não funcionar para costurar histórias e o pior que pode acontecer: o casal central não faz o telespectador suspirar. Assim como Elas por Elas, ainda há um tempo considerado confortável para que Gustavo Reiz reverta essa rejeição e torne a novela mais atrativa nesta reta final.
Terra e Paixão, a sua novela das 21h
De longe não se imaginava que Terra e Paixão sofreria tanto para se manter no ar. O que vemos hoje é uma outra história. É a novela possível que foi conduzida a partir do que deu certo e do que funcionou. Sem perder o fio condutor, o autor Walcyr Carrasco pediu uma colaboradora de peso, Thelma Guedes, para o ajudar a conduzir a trama de Aline. Após a entrada da escritora muita coisa mudou, personagens entraram e a novela ganha contornos expressivos de um thriller que só vemos em série.
A primeira virada da trama aconteceu em meados de julho e chamou a atenção. Uma Glória Pires como vilã máxima era o que o público queria. A vilã incendiou o canavial após a morte de seu filho e a audiência explodiu.Parecia que iria funcionar a semana reveladora, mas com o passar do tempo foi se diluindo, havia ali um excesso de personagens que não agregam na história, hora de uma nova virada. A entrada de Ágatha sacudiu uma outra semana repleta de surpresas, e curiosamente é esse desmembramento que segue segurando o público na frente da TV.
Sim, estamos diante de uma novela que se reinventou no ar. Não é a primeira e pode não ser a última. O fato que a audiência se estabilizou e não atingiu a casa dos 30, desejos da Globo e do autor da novela. O que denota que esses 26, 27 pontos se tratam, de fato, dos 30 atingidos facilmente nas tramas de relevante sucesso. E é possível acreditar que números assim se repetirão no futuro.