Está no ar mais uma entrevista do Quem Pode Pod, videocast de Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme. Na edição desta terça-feira (25) o convidado Antônio Fagundes falou sobre seus mais de 50 anos de carreira e revelou curiosidades sobre novelas da TV Globo.
Aconteceu uma coisa engraçada. Eu fui a Cuba uma época e aí o Vale Tudo (TV Globo) tava passando lá, uma novela minha. Uma novela de muito sucesso! E eu falei assim: “Como que é, assim, é diário?” E eles disseram: “Não, é dia sim dia não”. E eu falei: “Como assim? Que curioso!” E me responderam: “É que o dia seguinte a gente usa pra discutir”
Antônio Fagundes
“Então eles assistiam o capítulo num dia e no dia seguinte não tinha e eles reuniam a família pra discutir. Foi uma novela que inclusive criou condições politicas pra eles porque eles começaram a reivindicar uma série de coisas com Fidel Castro. Hoje em dia você vai a Cuba, você pergunta “Onde tem um Paladar?” Paladar é o nome de um restaurante familiar que o Fidel Castro permitiu que as famílias abrissem depois da novela, porque o personagem de Regina Duarte fundava um restaurante na novela”, contou Fagundes.
O ator também falou sobre o mito de olhar um texto (de novela ou peça) e decorar rapidamente: “Eu tô fazendo uma novela, eu sei como fala o personagem, então isso já é meio caminho andado. Perto de quem não tá acostumado com isso, acha que eu decoro na hora. Eu, de fato, não levo texto pra casa. Eu leio na hora e mais do que 70% do que o personagem vai falar você já sabe. No começo da carreira eu achava que não ia dá certo como ator por não conseguir decorar texto. Era um problema pra mim. Eu tive que testar várias formas de decorar um texto até achar a minha forma”, revelou.
Fim de contrato com a TV Globo
“Eu sempre tive um acordo com a TV Globo durante esses 44 anos. Meu acordo é que eu só gravaria nas minhas folgas de teatro. Segundas, terças e quartas e eles cumpriram isso durante 44 anos. E quando eles quiseram mexer nessa clausula, a gente interrompeu o contrato”, contou o ator.
“Eu fui convidado para Pantanal (TV Globo). Mas nesse esquema de não gravar depois das quartas-feiras, eu não topei o personagem. Eu seria o Velho do Rio”, disse.
TV aberta x streamings
“Infelizmente eu acho que tá (perdendo forças) porque as próprias emissoras estão abrindo mão das telenovelas. Eu nunca entendi esse caminho que tão seguindo. Eu nunca abriria mão daquele universo monstruoso que ainda funciona. Porque se você pegar uma novela que não vai bem, ela ainda tem muito mais público que um serviço de streaming”, opinou o convidado.
Assista a entrevista completa:
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