‘No Limite 2023 – Amazônia’ exibiu sua final de temporada nesta quinta, 17, e, depois de uma série de desafios no meio da selva, que contou com a participação de famosos, ex participantes e novos candidatos, teve uma das finais mais competitivas e diversas de sua história. Na última prova, Raiane, Fulý e Dedé, que usa uma prótese mecânica em uma das pernas, disputaram o prêmio de R$500 mil numa série de obstáculos que exigiram agilidade, calma e inteligência. O grande vencedor da prova foi Dedé, que havia sido eliminado e retornou ao jogo depois de enfrentar seus companheiros numa disputa brutal de repescagem. Ele foi o primeiro participante PCD da história do reality e se consagra também como grande campeão, provando que não há limitações quando se quer ultrapassar os limites.
O desempenho desta temporada era muito importante para a Rede Globo que passou a produção do programa para os cuidados da Endemol, produtora já detentora dos direitos do formato.
‘No Limite’ é versão brasileira do reality show norte-americano ‘Survivor’ e estreou no país em 2000. Na época, a série foi um extremo sucesso, uma vez que era o primeiro programa do gênero a chegar na programação brasileira. ‘No Limite’ chegou a ter 4 temporadas exibidas sempre aos domingos depois do ‘’Fantástico’, até desaparecer da grade. Em 2021, a Rede Globo decidiu voltar com o formato e o reality ganhou um novo reboot apresentado por André Marques, que contou com 16 ex-BBBs selecionados. Sob o lindo cenário do nordeste brasileiro, os participantes foram divididos em duas tribos, em que enfrentavam provas para conseguir imunidade em uma eliminação e/ou privilégios, como mais comida e utensílios de higiene e domésticos.
Apesar da expectativa para o retorno da série, em 2021, ‘No Limite’ não pontuou como esperado, e, no ano seguinte, Fernando Fernandes, que possui um perfil muito mais adequado ao gênero do programa e suas necessidades, assumiu a condução, deixando o reality com muito mais cara e clima aventureiro. Entretanto, apenas a mudanças de apresentador não foi o suficiente para garantir o espaço da série na programação fixa da emissora.
2023 é último ano, após três temporadas, em que a Rede Globo tem, por contrato, os direitos do formato. Para correr atrás do prejuízo das duas anteriores, a emissora decidiu tirar o programa do núcleo de entretenimento de Boninho e ‘No Limite’ ficou sob direção e produção direto da Endemol Sunshine, detentora dos direitos. ‘No Limite’ não é o primeiro programa produzido inteiramente fora da emissora. Este modus operantis já extremamente comum na televisões norte-americanas e já é adotado por outras emissoras brasileiras, como a Record, o SBT e a Band, mas na Globo, apenas ‘The Masked Singer Brasil’ havia sido exibido sem produção própria.
Nesta nova temporada na Amazônia, ‘No Limite’ conseguiu ganhar uma sobrevida. Com uma direção completamente diferente, e podemos dizer, moderna sob os aspectos linguagem da televisão, a temporada trouxe muito mais emoção ao jogo, com reviravoltas e uma narrativa muito mais interessante que quebrou com a previsibilidade muito forte que as demais temporadas continham. Além disso, as provas conseguiram unir a cultura brasileira com desafios do imaginário de selva do telespectador de forma muito criativa e, claramente, mais desafiadoras para os participantes. Para uma imersão melhor do telespectador, faltou apenas a televisão lançar mosquitos, calor e umidade durante cada episódio.
Diferente também dos demais anos, ‘Amazônia’ quebrou com o preceito de que cada episódio precisa ter a mesma regra – prova / dia de privilégio / prova / eliminação. Em diversos episódios, uma novidade era inserida no final gerando uma curiosidade natural para saber a continuação. Isso ajudou a segurar o interesse do público a cada semana até a final, que, também diferente dos demais anos, não dependeu apenas provas ou do voto público. A semifinal contou com uma lavação de roupa suja entre os concorrentes e eliminados, que ganharam a incumbência de escolher um participante para ir direto a final. Na verdade, com o intuito de evitar spoilers, a série foi gravada com pouquíssimo tempo prévio antes da exibição e teve 3 finais gravados, de forma que nem mesmo o vencedor sabia de sua posição até a exibição do episódio ontem.
Sobre o futuro de uma nova temporada, a Globo ainda não se manifestou. Agora é hora de sentar-se nos números, renegociações de contrato e ver se na ponta do lápis o investimento para uma continuidade tem fôlego para além da Amazônia. Esta última temporada segue disponível na Globoplay e vale assistir no mínimo para ver as belíssimas paisagens da floresta brasileira.