Na noite deste domingo, Fausto Silva exibiu uma entrevista feita via internet com o Antonio Fagundes. No Domingão do Faustão o ator deu sua declaração sobre a pandemia do novo coronavírus, mas não deixou e falar das manifestações sobre racismo pelo mundo e sobre o futuro da dramaturgia.
Fagundes contou que não acredita que o isolamento social irá mudar as pessoas. “Nem o mais delirante autor de ficção científica teria pensado numa situação assim. A pandemia fez a gente entrar numa panela de pressão, mas o que está lá dentro não se modifica. O que entrou lá, vai continuar lá. Se entrou batata, não vai sair cenoura. O que acho que vai acontecer é que vamos exacerbar alguns sentimentos nossos. Aqueles que tem um bom sentimento vão sair um pouco melhores, os que tem mau vão sair um pouquinho piores. Não acredito muito em mudanças, não”, disse.
Democracia: “Deixar todos os gabinetes do ódio isolados“
Faustão comentou sobre a importância da democracia e Antonio Fagundes concordou com a afirmação: “A gente tem que lutar pela democracia também. O grande mérito da democracia é que não está pronto, é uma coisa que tem que ser discutida diariamente e pra discutir tem que ter liberdade e conseguir dialogar, vai deixar todos os gabinetes do ódio isolados e conseguir entender que a sociedade só vai funcionar quando juntos quisermos resolver os problemas.”
Racismo: “Uma asneira que temos que eliminar rapidamente”
Fagundes está acompanhando os protestos que acontecem em vários países do mundo, inclusive no Brasil, contra a discriminação racial após a morte de George Floyd. “Não sei se está melhorando, mas, pelo menos, estamos começando a prestar muito mais atenção. Uma atenção atrasada com relação a esse problema. Nos Estados Unidos, o problema se manifesta de uma forma diferente daqui, mas o problema é o mesmo. Talvez, aqui seja um pouco pior porque é dissimulado. O racismo tem que ser combatido na sua base. Temos que gritar nas ruas que isso não pode acontecer. Todo ser humano é igual e tem que ser tratado da mesma forma, temos que lutar para que a sociedade seja mais igualitária”, reflete o ator.
“A gente tem um problema cultural empurrando para isso, só que já somos muita mais bem informados do que éramos há 100, 150 anos, para entender que isso é uma asneira que temos que eliminar rapidamente”, acrescentou.
Futuro da teledramaturgia: “As novelas vão ter que se reinventar”
De sua casa, Antonio Fagundes opinou também sobre como será o novo momento da teledramaturgia quando as gravações nos Estúdios Globo forem retomadas. “A gente tem que descobrir uma nova dramaturgia, uma nova forma de se relacionar durante um tempo enquanto não aparecer a vacina. Tenho certeza que vai surgir logo, as pessoas estão se juntando pelo mundo pra isso, logo vai ser resolvido. Até lá, vamos passar por um período engraçado de comunicação. As novelas vão ter que se reinventar, os teatros também.”
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