Mulheres de Areia pode até ter dado um susto no início de sua reprise, mas hoje é um dos melhores exemplos da Globo. A novela de Ivani Ribeiro conquistou seu público e mantém um patamar interessante de audiência. Sua média em São Paulo oscila entre 13 e 14 pontos e tem entre 32% e 36% do público de seu horário. É uma participação que garante a liderança na TV aberta com certa folga. Na faixa de Mulheres de Areia, a Record oscila entre 6 e 7 pontos de média, o que representa entre 16% e 18% de share. E um detalhe, o streaming fica em torno de 7 pontos, o que deixa muito claro que não há fuga de telespectadores.
A participação de público (share) de Mulheres de Areia é superior ao de Elas por Elas e, muitas vezes, ultrapassa o de Fuzuê. É, sem dúvida, um produto de sucesso. E aí está o problema para um grupo da Globo que defende o fim do Edição Especial e da Sessão da Tarde para a exibição de um programa de variedades que possa trazer mais oportunidades comerciais. Esse grupo perde a voz quando os estrategistas mostram que as novelas clássicas como Mulheres de Areia funcionam muito bem no período da tarde. Durante três horas e meia, a Globo exibe uma programação de custo baixo e que traz retorno suficiente para colocar a tarde da emissora no verde.
Conversas nos bastidores
Entretanto, em algumas praças, os programas policiais da Record conseguem ultrapassar essa grade de reprises de novelas e filmes, o que traz certa preocupação. É por isso que, discretamente, começa a ganhar força entre os afiliados uma conversa sobre a flexibilização da grade vespertina para a rede, onde algumas praças estariam autorizadas a produzir programas locais, mas que seguissem padrões determinados pela Globo. O problema é achar alguém que tenha coragem de levar esse pensamento ao alto comando da Globo.
Clássico é clássico
O remake de Mulheres de Areia foi exibido em 1983 e muitas situações apresentadas na história já não fazem sentido nos dias atuais ou não estão alinhadas com o pensamento e comportamento do momento. Entretanto, quando o público é questionado sobre o motivo pelo qual assiste a Mulheres de Areia é muito comum ouvir que a história não é tão agressiva quanto as atuais e que os romances levam a torcida de quem está em casa. Ou seja, quando um texto é clássico, ele atravessa o tempo com algum atrativo.
Mulheres de Areia é de 1993 e não 1983