Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, Sebastião Salgado, considerado um dos maiores fotógrafos da história. Mineiro de Aimorés e radicado em Paris, ele transformou sua lente em ferramenta de denúncia e poesia visual, registrando as contradições do mundo com profundidade rara. A notícia foi confirmada pelo Instituto Terra, ONG fundada pelo próprio Salgado, mas a causa da morte não foi divulgada.
Formado em economia, Sebastião Salgado descobriu a paixão pela fotografia nos anos 1970, enquanto trabalhava na Organização Internacional do Café em plantações africanas. O olhar sensível e engajado o levou a se tornar fotojornalista ao retornar a Paris.
Durante décadas, Salgado documentou a condição humana em diversas partes do mundo — da miséria na África aos trabalhadores imigrantes da Europa, passando pelos camponeses latino-americanos. Suas séries fotográficas se tornaram referência no jornalismo e nas artes visuais, com uma estética inconfundível em preto e branco.
A nota de pesar do Instituto Terra destacou o legado deixado por Salgado. “Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, diz o texto.
Ao lado de sua esposa, Lélia Wanick Salgado, com quem morava em Paris, o fotógrafo ampliou seu legado para além da fotografia. Engajou-se profundamente na restauração ambiental, demonstrando que sua arte refletia um compromisso genuíno com o planeta e com a humanidade.