Angela Ro Ro, referência da música brasileira, morreu na manhã desta segunda-feira (8), aos 75 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo advogado da artista. Ela estava internada desde junho no Hospital Silvestre, no Cosme Velho, com uma infecção pulmonar grave que evoluiu para complicações mais sérias.
De acordo com o advogado Carlos Eduardo Lyrio, a cantora teve uma nova infecção recentemente e não resistiu. O atestado de óbito indica infecção generalizada e pneumonia bacteriana como causas da morte.
Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves, recebeu o apelido “Ro Ro” ainda na infância, devido à sua voz grave. Autêntica e intensa, Angela misturou blues, samba-canção, bolero e rock, construindo uma carreira singular que a tornou uma das artistas mais originais da música popular brasileira.
Sua trajetória começou nos anos 1970, após uma temporada na Itália, onde conheceu o cineasta Glauber Rocha. Em Londres, trabalhou como garçonete, faxineira e lavadora de pratos, enquanto se apresentava em pubs. Por indicação de Glauber, participou do álbum “Transa”, de Caetano Veloso, tocando gaita em uma música.

De volta ao Brasil, começou a se apresentar em casas noturnas no Rio de Janeiro e foi contratada pela gravadora Polygram/Polydor, atual Universal Music. Suas canções, marcadas pela voz rouca e pela carga emocional, permanecem eternas no repertório da música brasileira.
Angela Ro Ro deixa um legado de intensidade, autenticidade e emoção, sendo lembrada como uma artista capaz de transformar experiências pessoais em música que toca gerações.