Morreu neste domingo (20), aos 50 anos, a cantora Preta Gil. Ela estava internada nos Estados Unidos, realizando um tratamento contra um câncer no intestino, que foi diagnosticado em janeiro de 2023.
Preta era filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa. Ela teve apenas um filho: Francisco Gil, também conhecido como Fran, que integra o grupo Os Gilsons.
Carreira
Antes de brilhar nos palcos, Preta construiu uma sólida carreira como produtora audiovisual, atuando na MTV Brasil e com sua própria produtora. Foi apenas aos 29 anos que, ainda encorajada por amigas como Ana Carolina e Ivete Sangalo, lançou seu primeiro álbum, “Prêt-à-Porter” em 2003, marcando sua entrada oficial como cantora e símbolo de autoestima e resistência corporal.
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Depois, lançou outros álbuns autorais — “Preta” (2005), “Sou Como Sou” (2012) e “Todas as Cores” (2017), explorando gêneros como samba-funk, pop, sertanejo, reggae e eletrônico, refletindo sua identidade multifacetada.
Em 2009, criou o Bloco da Preta, projeto de carnaval que rapidamente se tornou fenômeno no Rio de Janeiro e se estendeu ao país inteiro — arrastando centenas de milhares de foliões e marcando presença também fora do carnaval com shows durante o ano todo.
Figura central na luta por representatividade, Preta também foi voz ativa contra o racismo, gordofobia e a LGBTfobia, declarando-se pansexual e feminista.
Luta contra o câncer
Preta Gil foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023, após sentir sintomas como sangramentos e desmaios. O diagnóstico revelou um adenocarcinoma no reto, e o tratamento começou imediatamente com sessões de quimioterapia e radioterapia.
Durante essa fase, enfrentou complicações sérias, como infecção generalizada, pancreatite e pneumonia, sendo internada na UTI e transferida para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Em agosto de 2023, Preta passou por uma cirurgia de mais de 14 horas, na qual teve o reto, útero, ovários e apêndice retirados. Após a operação, passou a utilizar uma bolsa de ileostomia, que no início causou rejeição emocional, mas depois foi assumida por ela como um símbolo de sobrevivência.
No fim de 2023, a cantora comemorou o que parecia ser o encerramento do tratamento. No entanto, em agosto de 2024, exames de rotina detectaram uma recidiva do câncer em quatro locais distintos — incluindo linfonodos, peritônio e ureter — configurando um quadro de metástase.
Em dezembro de 2024, a artista enfrentou uma cirurgia de mais de 21 horas para a retirada de tumores. Já no início deste ano, como o tratamento no Brasil não foi eficaz, ela optou por realizar novas opções de tratamento nos Estados Unidos, onde se internou em maio deste ano.
Na última semana, Preta piorou em seu quadro clínico e acabou falecendo neste domingo (20).