A jornalista Adriana Araújo, enviou uma carta de despedida aos colegas na qual destaca aprendizado, gratidão pelas oportunidades e “defesa da notícia, da verdade”. Ela anunciou no fim da manhã desta sexta-feira (19) que está deixando a Record TV, após cumprir 15 anos de contrato.
Adriana foi âncora do principal telejornal da emissora, o ‘Jornal da Record‘, de 2006 a 2009 e de 2013 a 2020. Ela foi afastada da bancada após supostamente ter questionado internamente a linha editorial do veículo. Nesse meio tempo, surgiram especulações, que foram desmentidas pela jornalista, de que ela estaria prestes a assinar com a CNN Brasil.
Como se sabe, ela foi substituída por Christina Lemos no dia 22 de junho de 2020. Segundo Antônio Guerreiro, vice-presidente de jornalismo da Record TV, ela teve “um ciclo muito vitorioso à frente do JR”. Entretanto, Adriana não teve a chance de se despedir do público do ‘JR’ e assumiu o “Repórter Record Investigação” que estreou em julho do ano passado.
Carta de despedida
Divulgada pelo colunista, Maurício Stycer (UOL), a extensa carta deixa implícita algumas situações que supostamente culminaram na não renovação do seu contrato com a Record TV. No texto, ela agradece a todos os colegas da emissora, em especial a Reinado Gottino, com quem dividiu horas de plantão. Além disso, ela cita o acolhimento que teve, aos 33 anos, do seu primeiro chefe no ‘Jornal da Record’, Valdir Zwetsch.
Em seguida, Adriana destaca também que não teve a confiança de todos quando chegou no canal. “‘Mas você era só uma repórter na TV Globo’. E apenas segui em frente pensando… eles ainda desconhecem a força de um repórter“, escreveu. Como repórter contou dos perrengues que passou em grandes coberturas, como a de ter dormido de favor numa barraca de camping de uma equipe de TV no Peru e de dormir apenas 4 horas por noite para registrar o resgate dos mineiros chilenos que foram soterrados numa mina no deserto do Atacama em 2010.
Defesa da notícia, da verdade
Por fim, na carta, Adriana Araújo cita o que talvez foi o seu maior desconforto na emissora: A linha editorial adota pela Record nos últimos anos, principalmente no início da pandemia. Sobre isso, Adriana deixa claro a sua luta por “preservar a dignidade profissional”.
Sou repórter! Fui repórter do começo ao fim desse ciclo, ao persistir na defesa da notícia, da verdade. E quero me lembrar daqui 20 ou 30 anos que, num dos momentos mais dramáticos da humanidade, me posicionei ao lado da ciência e da vida. E lutei por preservar a dignidade profissional da qual não se pode abrir mão. Vou sempre me lembrar de quem caminhou junto comigo nessa jornada.
Adriana Araújo.
E finaliza agradecendo o público pelo laço de empatia, mensagens de incentivo, o carinho e respeito. “Vou me lembrar das milhares de mensagens de incentivo que recebi dos telespectadores. E de entender o quão importante é criar um laço de empatia com o público, com verdade e humildade. Levarei comigo pra sempre o carinho e o respeito de vocês.“, conclui.
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