O Encontro desta segunda-feira (01), na TV Globo, repercutiu o caso de racismo envolvendo os filhos dos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, ocorrido em Portugal, no último final de semana. Para debater o tema, os apresentadores Patrícia Poeta e Manoel Soares receberam Astrid Fontenelle e a empresária Ana Paula Xongani, No entanto, uma situação inusitada chamou a atenção do público: Manoel deixou o sofá da atração para abraçar uma mulher da plateia, que chorava sem parar ao ouvir tantos relatos e também ser vítima de ofensas raciais.
Após um longo abraço, registrado pelas câmeras do programa, ele questionou a dona Dirce o motivo daquela emoção. “Eu começo a lembrar de tudo que eu passei até hoje: o preconceito e o racismo. Quando a gente era criança, minha mãe saia e deixava a gente [os irmãos] trancados em casa, para ela poder fazer as coisas. E as crianças iam lá, jogar pedra na casa, xingar a gente. Na escola, em todo o lugar, até hoje, a gente sofre esse preconceito. Parece que nunca vai acabar isso”, desabafou a moça. “A gente vai fazer acabar”, rebateu o apresentador.
Minutos antes, Manoel Soares já havia feito um longo discurso sobre a importância da luta dos negros e não apenas dos negros na temática. Ele ainda destacou que teve conversar com seus seis filhos sobre como reagir ao racismo: “A luta racial não é dos negros, não é nossa, é de toda a sociedade. É complicado quando você é obrigado ao seu filho a fazer o cálculo do racismo, a ensinar ao meu filho como ele deve reagir se for abordado pela polícia, se for perseguido no shopping. Dizendo pra eles que se eles forem vítimas para não reagir. A sua indignação vai ser lida pelo contexto como violência. O corpo negro é um objeto de presunção de culpa”, disse.
Astrid Fontenelle, que é mãe de Gabriel, um menino negro de 14 anos, relatou que eles também já sofreram com racismo. “O racismo é tão maléfico, da última vez fui taxada de mimizenta, está dando showzinho porque é famosa, coisa da sua cabeça, está maluca. Isso tudo ouvi, cara a cara. Tive uma reação parecida com a da Giovanna, parti pra cima. Adoraria ser uma líder pacifista, mas o racismo me impede, é o que me faz sair do sério, me desequilibra completamente porque é inaceitável”, afirmou a apresentadora do canal GNT.
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