Na tarde deste sábado (27), Lucas Souza, ex-marido de Jojo Todynho, usou suas redes sociais para divulgar uma carta aberta onde se declara bissexual “ou até mesmo pansexual”. Em um relato emocionante, Lucas afirma que precisou de um tempo e passou por um processo de autoaceitação.
Lucas lembra ainda que, durante o tempo em que ficou confinado em A Fazenda, sua sexualidade virou assunto no programa. Uma das primeiras, talvez a maior briga da temporada, Lucas foi insultado com frases homofóbicas, precisando que Adriane Galisteu aparecesse para os participantes chamando atenção deles.
O ex-Peão deixou o reality namorando com Jaquelline. No entanto, recentemente, eles anunciaram o término do relacionamento.
Leia a carta na íntegra:
Então, vamos lá pessoal! Primeiramente, quero explicar para vocês o porque estou tomando essa decisão! A minha vida toda foi sempre pautada pela CORAGEM. As necessidades e dificuldades pelas quais eu já passei na vida, fizeram com que desde de cedo eu tivesse muita coragem. Coragem para assumir o papel de homem dentro de casa; Coragem para enfrentar a pobreza e dividir os estudos com trabalho desde cedo, sacrificando assim minha infância e adolescência. Coragem para enfrentar um ambiente cheio de regras e responsabilidades como é o Exército. Também tive coragem de deixar minha vida exposta através da internet, e ainda lidar com comentários relacionados a minha sexualidade. Para mim, isso foi um problema por muito tempo. A questão é que esse assunto se tornou um problema por estar muito mal resolvido dentro de mim, e meu processo de AUTOACEITAÇÃO e descoberta foi acontecendo junto com toda a exposição da minha vida. A sexualidade para alguns é algo muito simples, a autoaceitação para outros também, mas esse não foi o meu caso. Meu processo foi diferente, talvez pela mentalidade que fui criado, que o fato de ter vontade de se envolver com os dois gêneros, masculino e feminino, seria algo errado.
Isso mesmo que você leu: me considero um pessoa BISSEXUAL ou ate mesmo PANSEXUAL. Na verdade, nem e sei ainda. Estou em processo de autoconhecimento, e deveria vivê-lo no meu íntimo, porém, com tantos comentários e com essa pressão que eu estou sentindo, resolvi tornar isso público de compartilhar minhas dúvidas e incertezas com vocês. Talvez esse nao fosse o melhor momento, mas preciso tirar esse PESO que me aflige e sufoca! Durante a minha participação no reality show, sexualidade virou pauta em muitos momentos e isso me consumiu internamente. E aqui pode surgir a dúvida porque eu não falei nada naquele momento. E eu explico: naquele momento eu precisava, antes de tudo entender meus sentimentos, saber o porque aquilo me deixava com tanto medo. Então, eu fui novamente corajoso e enfrentei o que mais me afligia. Tive que sofrer novamente todos os preconceitos CALADO E QUIETO, pois meus sentimentos, angústia e confusão me travaram! Durante o confinamento, me apaixonei por uma mulher, o que é normal para o bi/pansexualismo. Essa mulher incrível me respeitou em todos os momentos e tornou-se minha amiga, alem de namorada, e me aceitou exatamente do jeito que sou. Passei a criar planos com ela, mas novamente essa pressão de sexualidade veio e os comentários maldosos voltaram, só que aqui do lado de fora, aqui na vida real.
Podem questionar porque não tornei isso público depois que sai e vi todo o apoio que recebi das pessoas! Esclareço que, quando sai, eu estava certo de como seria minha vida aqui fora e como seria meus posicionamento sobre isso, porém, percebendo as acusações, fiquei mais confuso ainda. Novamente fique preso, impossibilitado de falar. Porém, faz tempo que estou pensando em tornar isso público, para me sentir mais à vontade, tirar esse peso das minhas costas e poder viver sem ser ameaçado, sem as pessoas dúvidar do meu caráter.
Enfim, hoje e um dia muito importante para mim, pois me sinto liberto e feliz! Espero que esse relato conscientize as pessoas, que cada um tem o seu momento, cada pessoa passa por um processo e o momento ideal de falar sobre isso cabe a cada indivíduo, de forma pessoal e intransferível. E que todos nós, independente de raça, cor, gênero ou orientação sexual, merecemos RESPEITO!