O Linha de Combate desta quinta-feira (16), na Band, vai até Roraima para acompanhar as operações do Exército brasileiro em resgate e atendimento ao povo Yanomami. O João Paulo Vergueiro acompanhou a rotina de médicos, enfermeiros e profissionais da Força Nacional do SUS e relata, com detalhes, o que presenciou no local.
Acredito que tenha sido a reportagem mais difícil da minha vida. Ver as pessoas sofrendo, morrendo de fome e com desnutrição severa foi, sem nenhuma dúvida, a cobertura mais desafiadora que já fiz na minha carreira. As imagens seguem me assombrando até hoje.
contou o jornalista
Em um intervalo de 10 minutos, o helicóptero da Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI) pousa três vezes levando e trazendo pacientes. Chegando ao hospital, a equipe do programa se surpreendeu com o alto número de necessitados. Um local que tem capacidade para atender 30 pessoas atende, em média, 120. São indígenas que sofrem de malária, desidratação e de doenças associadas à fome.
Incansavelmente e em meio a condições precárias, os médicos, enfermeiros e profissionais da Força Nacional do SUS lutam para salvar os pacientes. Nesses casos, cada minuto é fundamental.
Quando entrei no local, um idoso já estava sendo medicado com soro e, na hora que eu o observo, noto só os ossos cobertos por pele. Precisei sentar em uma mureta e respirar. Parecia que eu tinha tomado um soco no estômago. Depois disso, não consegui mais entrar no ambulatório principal. A situação é desoladora. Todos ali possuem malária e desnutrição severa.
relata JP Vergueiro
O apresentador presencia ainda o momento em que os médicos vão a pé com os pacientes até a aeronave. Para auxiliar no salvamento, ele recebe uma criança das mãos da mãe que, doente, não consegue caminhar mais rápido. “Além de lutarem pela sobrevivência, as mães ainda são separadas dos filhos em uma tentativa de salvá-los. É algo perturbador e chocante”, finaliza o jornalista.
O Linha de Combate vai ao ar nesta quinta-feira (16), às 23h, logo após a novela Valor da Vida.
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