A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (22), a prisão preventiva do rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam. A decisão acontece um dia após o cantor se envolver em uma intensa confusão com agentes da Polícia Civil (RJ) durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), na casa onde ele mora, no bairro do Joá, Zona Oeste da capital.
A polícia chegou ao local após receber informações de que um adolescente suspeito de atuar como segurança de um chefe do Comando Vermelho estaria na residência. A abordagem gerou resistência por parte de Oruam e de seus amigos, o que resultou em uma série de acusações.
Oruam foi indiciado por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Durante a operação, ele gravou vídeos nos quais aparece xingando o delegado Moyses Santana, titular da DRE, e acusando os policiais de perseguição: “Claro que ele vai querer prender nós porque nós é filho de bandido”, declarou o rapper, em vídeo publicado nos stories.
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos líderes históricos do Comando Vermelho, preso desde 1996 por tráfico e homicídios. A relação com o pai é frequentemente citada pelo artista, tanto nas redes sociais quanto nos palcos. Em 2023, o rapper causou polêmica ao se apresentar no festival Lollapalooza com uma camiseta pedindo liberdade para Marcinho VP.
Receba atualizações em primeira mão!
Além da conexão com o crime organizado, a figura de Oruam é marcada pela ostentação e estilo de vida luxuoso. Nas redes sociais, exibe carros de luxo como um Porsche Carrera 911 e um Audi TT RS, além de um gato da raça Savannah F1 avaliado em até R$ 120 mil. O animal, chamado Malandrex, é cuidado por sua namorada, Fernanda Valença, estudante de veterinária e influenciadora.
Em entrevista ao Bom Dia Rio (TV Globo) nesta terça-feira, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, foi enfático ao classificar o cantor: “É um marginal da pior espécie e ligado ao Comando Vermelho. Se alguém tinha dúvida se era um marginal ou um artista periférico, está claro: é um marginal”.
Com a ordem de prisão em vigor, Oruam passa agora a ser procurado formalmente pela Justiça. Até o momento, ele não se apresentou às autoridades.