A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu em decorrência de múltiplos traumas e hemorragia interna após cair em uma encosta íngreme do Monte Rinjani, segundo laudo divulgado nesta sexta-feira (28) por médicos forenses do Hospital Bali Mandara, na Indonésia. O exame concluiu que a jovem sofreu um trauma torácico grave, causado por impacto contundente, que comprometeu os órgãos respiratórios e levou à morte rápida.
De acordo com o médico legista Ida Bagus Putu Alit, os ferimentos mais críticos estavam concentrados na região torácica, especialmente nas costas. Juliana também apresentou escoriações generalizadas nos membros e ferimentos na cabeça. A análise aponta que a jovem morreu em até 20 minutos após o acidente, sem indícios de sofrimento prolongado.
A queda aconteceu no sábado (21), por volta das 6h no horário local, enquanto Juliana fazia trilha com um guia no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. A brasileira despencou em uma área de difícil acesso chamada Cemara Nunggal, a mais de 2.600 metros de altitude. A operação de resgate durou quatro dias e envolveu seis equipes, drones e helicópteros.
Apesar de imagens feitas por turistas com drones mostrarem Juliana com movimentos no dia seguinte à queda, o laudo sugere que a morte pode ter ocorrido logo após o impacto. O médico ainda descartou hipóteses iniciais de hipotermia ou morte por falta de água e alimentos, explicando que o exame não encontrou sinais compatíveis com essas causas.
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Em entrevista à BBC Indonésia, o legista estimou que Juliana faleceu entre 1h e 13h da quarta-feira (25), data que contraria informações da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, que afirmou ter localizado o corpo sem vida na noite da terça-feira (24). A divergência gerou questionamentos por parte da família, que acredita que a jovem possa ter sofrido uma segunda queda fatal já próxima ao momento do resgate.
— Se o ferimento fatal aconteceu na última queda, isso muda tudo — afirmou Mariana Marins, irmã da vítima, ao jornal O Globo.
A família também demonstrou indignação com a forma como foi informada sobre os resultados da autópsia. Segundo os parentes, não houve comunicação direta das autoridades locais, e os detalhes do laudo foram descobertos apenas após a coletiva de imprensa do legista. O pai de Juliana, Manoel Marins, que está em Bali, confirmou que só soube dos dados pela imprensa.
Com a conclusão da autópsia, o corpo será liberado para repatriação ao Brasil, com apoio da Embaixada. Ainda não há data definida para o velório ou sepultamento da jovem, que era natural de Niterói (RJ).