A TV Globo lamentou oficialmente a morte de Jô Soares, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (05). Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a emissora afirmou que o apresentador sempre “foi cheio de graça”, com uma “inteligência aguçada” e de “raciocínio rápido e amor pela arte”.
O apresentador trabalhou por duas oportunidades na emissora, tendo comandado o Programa do Jô, no início das madrugadas, entre 2000 e 2016. “Que alegria ver tantos amigos queridos aqui na plateia. O programa só durou esse tempo todo graças a essa equipe. Minha vida realmente mudou graças à plateia, sem vocês eu não existo. A todo esse pessoal, meu eterno beijo do Gordo”, disse ele, na última edição da atração, em dezembro daquele ano.
Jô Soares teve mais 60 anos de carreira, com personagens históricos na TV brasileira, mais de 200 personagens e 14.000 entrevistas, segundo levantamento feito pela TV Globo e divulgado na nota de pesar.
Confira abaixo trechos da nota divulgada pela TV Globo:
“Ele sempre foi cheio de graça. O humor na ponta da língua, a inteligência aguçada, o raciocínio rápido e o amor pela arte eram suas marcas registradas. Chorava pelas coisas boas, nunca pela tristeza. Vaidoso, chegou a dizer que ‘já nasceu querendo seduzir o mundo’. E assim o fez, em mais de 60 anos de carreira, com personagens históricos na TV brasileira, mais de 200 personagens e 14.000 entrevistas.
Filho único do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares, José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938. Teve um único filho, Rafael Soares, que era autista e morreu em 2014, aos 50 anos. Rafael era fruto do relacionamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem Jô Soares foi casado entre 1959 e 1979.
Ainda pequeno, Jô Soares morou no anexo do hotel Copacabana Palace e aos 12 anos mudou-se para a Europa, onde viveu por cinco anos. Estudou na Suíça, aprendeu vários idiomas e queria ser diplomata. Mas a arte falou mais alto. Em 1958 voltou com a família para o Brasil e começou a frequentar aulas de teatro.
Já em 1959, interpretou o papel de um americano na chanchada “O Homem do Sputnik”, de Carlos Manga, estrelada por Oscarito; escreveu para o “TV Mistério”, programa da TV Continental, dirigido por Adolfo Celli, com Paulo Autran e Tônia Carrero no elenco; e começou a trabalhar na TV Rio, incentivado pelo dramaturgo e humorista Silveira Sampaio, em programas como “Noites Cariocas”.
Mudou-se para São Paulo em 1960 e começou a trabalhar na TV Record escrevendo o “Simonetti Show” e atuando em programas como o “La Reuve Chic”, “Jô Show”, “Quadra de Azes”, “Show do Dia 7” e “Você é o Detetive”. Jô Soares também interpretou o mordomo do seriado “A Família Trapo” com Otello Zeloni, Renata Fronzi, Ronald Golias, Cidinha Campos e Renato Corte Real no elenco.
A estreia na TV Globo aconteceu em 1970 com ‘Faça Humor, Não Faça Guerra’. Três anos depois, atuou como ator e redator ao lado de Max Nunes e Haroldo Barbosa em o ‘Planeta dos Homens’. Ganhou destaque com ‘Viva O Gordo’ (1981), época em que criou o bordão “Um beijo do Gordo!”. O título veio da peça “Viva o Gordo e Abaixo o Regime!”, sucesso do teatro no qual o humorista fazia críticas veladas à ditadura.
Com vocação para uma boa conversa, o primeiro programa de entrevistas apresentado por Jô Soares foi o ‘Globo Gente’ (1973). Em 1988, no SBT, criou e apresentou o “Jô Soares Onze e Meia”, onde ficou por 11 anos. No ano 2000, Jô Soares voltou à Globo para o ‘Programa do Jô’, acompanhado do garçom Alex e do Sexteto, que, em 2015, virou Quinteto. Pelo sofá passaram personalidades, políticos e figuras anônimas – nacionais e internacionais. Uma das primeiras entrevistas da estreia do programa foi com o jornalista Roberto Marinho, fundador da TV Globo, gravada nos jardins da sua residência”.
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