Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Agnaldo Timóteo marcou a história da música brasileira. Falecido no dia 3 de abril por complicações da Covid-19, o cantor deixou além de grandes sucessos, uma fortuna avaliada em R$ 30 milhões. Meses após o ocorrido, seus patrimônios vêm sendo a razão de um atrito familiar, que disputa na justiça a distribuição da herança do artista. Em seu testamento, Agnaldo definiu que a filha adotiva, Keyty Evelyn, ficasse com 50% de seus bens, e a outra metade teria que ser dividida entre outros parentes: irmãos e afilhados.
A questão judicial atual se dá pelo fato de Damião Sá da Silva, o Timotinho, considerado o “sobrinho de coração” de Agnaldo, anunciar a produção de uma biografia para relatar “segredos” e momentos não exibidos na mídia pelo cantor. O rapaz ainda quer lançar um museu para eternizar o legado do “tio”, mas o projeto não foi bem aceito por alguns familiares, como Rutnete (Rute Timóteo), irmã de Agnaldo, que o acusa de estelionato. Em nota, ela informa que a família entrará com um processo contra o Timotinho, que não tem ligação biológica com o artista – apenas era bem quisto pelo cantor.
Ele fala que a casa da Barra e o patrimônio do Aguinaldo só possui um dono e isso é uma mentira, fraude e estelionato que ele comete. O patrimônio está na Justiça e, por enquanto, possui seis herdeiros, fora os que estão se habilitando.
Rutnete
O “sobrinho” diz que tem o apoio de Keyty, que por não ter completado os 18 anos, tem os seus direitos tutelados por Sidnei Lobo – advogado e inventariante da herança. E Sidnei está contra a decisão de apoiá-lo: “Para fazer qualquer coisa sobre lançamento de livro, abertura de museu ou qualquer outra coisa que envolva o nome do Agnaldo Timóteo, precisa ter autorização não só do inventariante, mas também da herdeira, da qual eu sou tutor, e também da família porque eles são herdeiros legatários. Eu não autorizaria e tenho certeza que a família biológica do Agnaldo Timóteo também não autorizaria. Chegará o dia no qual teremos a condição de dar o direito a escritores sérios que realmente sabem escrever falar da vida de um dos maiores cantores que esse país já teve. A obra desse homem não pode ser desrespeitada”, diz.
Em vídeo, Damião rebate os ataques dos familiares. “Sou sobrinho, filho e assessor de Agnaldo Timóteo, era assim que ele me apresentava para mídia e a todos ao seu redor. Durante 22 anos, eu cuidei do Timóteo. Queira ou não, eu vou lançar a biografia do Timóteo e eu vou falar da minha história de vida com ele e dos segredos que ele tinha. A família vir falar que eu sou estelionatário é uma falta de respeito. Isso é honrar a imagem de Agnaldo Timóteo? Honrem a vontade dele de ter a Keyty como filha e herdeira majoritária. Honrem isso! A família nunca respeitou o Timóteo, sempre teve vergonha. Vou seguir com a biografia, eles querendo ou não“.
Leia também: Um Lugar ao Sol será exibida em Portugal pela SIC; saiba quando estreia