As gravações de Fuzuê foram encerradas neste sábado (17/02) com as cenas que deram o desfecho dos principais personagens. É claro que o casamento de Luna e Miguel é o ápice do último capítulo e exigiu muito da produção, afinal reuniu quase que o elenco inteiro. Assim, nos próximos dias, a direção da novela estará concentrada na edição desses últimos 11 episódios. Aliás, esse é um trabalho bem adiantado, diga-se de passagem.
Diferente do que muita gente imagina, Gustavo Reiz encerra sua primeira novela solo na Globo muito bem avaliado, principalmente por sua postura diante de toda a pressão com os ajustes que foram necessários. “Ele se mostrou maduro, sempre disposto a achar os melhores caminhos e compreendeu muito bem o que é uma obra aberta”, disse uma fonte da Coluna do Vannucci na dramaturgia da Globo, mas que pediu para não ser identificada.
Gustavo Reiz faz parte dessa nova geração de autores que gostam de novelas, valorizam suas características, mas tentam incluir novos elementos e um outro ritmo. Seu perfil lembra em muito o de Silvio de Abreu, um criador que sempre administrou as necessidades de ajustes no andamento de suas histórias, inovou no que foi possível, mas que defende a boa novela.
Fuzuê traz boas lições sobre novela na TV aberta
Ao entrar em suas duas últimas semanas, Fuzuê nos traz boas reflexões sobre a teledramaturgia dos dias atuais e também sobre o comportamento do telespectador. O público resiste às mudanças, gosta de um certo andamento na novela e não economiza na pressão quando não se sente representado ou respeitado. Gustavo Reiz soube administrar isso e aumentou o diminuiu o foco de alguns personagens e tramas, colocou o tesouro em segundo plano e investiu nos conflitos dos personagens. E foi adiante.
Fuzuê também mostra o quanto é importante uma supervisão de texto. A presença de um profissional para orientar, dividir dúvidas e ajudar nas decisões é algo que deveria ser obrigatório na teledramaturgia da Globo, afinal, nos dias de hoje, as novelas da emissora não brigam com as produções de outras TV abertas. Elas são comparadas com as grandes produções internacionais que chegam através do streaming. E essa briga é bem complicada.
Regras diferentes para produtos similares
Há uma parcela do público que reclama que nossas novelas são violentas, abordam traições e famílias desestruturadas. E defendem que ninguém mais assista a essas produções. Entretando, acompanham séries cheias de sexo, mortes, disputas e traições. A mesma pessoa com avaliações diferentes para produtos similares.
Se na faixa das 19h não pode tirar o humor ou o ideal é ter uma família com valores morais no protagonismo, por que, então, esse público deixa de assistir o que está na TV aberta para mergulhar nas séries mais pesadas, no mesmo horário? Resposta que ainda necessita de uma observação maior.
Canal do Vannucci
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