O Globo Repórter desta sexta-feira, 18 de março, exibe o terceiro episódio da nova temporada e mostra a transformação de vidas através da reciclagem. Além de preservar o meio ambiente, o recolhimento e a separação de lixo orgânico, de materiais recicláveis, de couro e de aparelhos eletrônicos com defeito se tornou um meio de subsistência para muitas famílias no Brasil.
Invisibilizados pela sociedade, catadores de lixo, muitos deles moradores de rua, são os responsáveis por recolher 80% de tudo que é reciclado no Brasil. A reportagem dessa semana, comandada por Rogério Coutinho, André Trigueiro e Ana Paula Campos, coloca uma luz no trabalho desse verdadeiro exército que ocupa as ruas brasileiras. O programa mostra também como o lixo tem transformado a vida deles e de quem tira dali o próprio sustento. Os exemplos vêm de todo o país.
Em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Eduarda Samontezze produz vaso de flores com jornal, um minicloset com papelão e cola caseira, além de uma casa, cuja base é feita com tubos de pvc que ela recolheu de uma obra. “Eu vim de uma família desestruturada e muito pobre. Era muita violência. Eu cresci ouvindo que eu era um lixo e já estava fadada ao fracasso. O descartável, o que não serve, o que não tem brilho, me proporcionou o extraordinário”, conta Duda, que também encontrou na reciclagem uma terapia para se tratar do autismo.
Na cidade de Cabaceiras (PB), onde foram rodados mais de 50 filmes nacionais, a história que daria um ótimo roteiro é da jovem Maria Clara, de 11 anos. Filha de um artesão, ela se incomodou com a quantidade de material que o pai desperdiçava em sua loja de calçados e decidiu reaproveitá-los. Hoje usa as sobras de couro para fazer pulseiras, tiaras e cordões, que ela mesma vende na escola.
Em Ilhabela (SP), a equipe de reportagem descobriu outro programa de reciclagem ainda raro no país que, ao transformar de guimba ou bituca de cigarro em papel reciclado, beneficia alunos da APAE. Segundo dados apresentados na edição, cerca de dois milhões de toneladas de restos de cigarro vão parar nos nossos mares todos os anos, quantidade que daria para cobrir sete mil campos de futebol.
“Foi emocionante ver como o produto da reciclagem das bitucas pode transformar tantas vidas, dos artesãos de Ilhabela aos alunos da APAE. E eu juro: sem nenhum resquício do fedor das bitucas! Isso mostra o potencial imenso que a vontade humana tem de mudar a realidade do descarte inadequado de material que poderia ser reaproveitado, que poderia virar renda e arte nas mãos de tanta gente que precisa”, elogia a repórter Ana Paula Campos, que conheceu o projeto.
O terceiro episódio da nova temporada do Globo Repórter ocorre na noite desta sexta (18), a partir 23h05, logo após o BBB 22. Já na manhã deste sábado (19), ocorre uma reapresentação da edição, às 06h00, antes do É de Casa.
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