A Globo enviou uma carta a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pedindo a rescisão do contrato de transmissão da Copa Libertadores da América. Segundo informações de Rodrigo Mattos, do UOL Esporte, a emissora já havia tentado a redução dos valores dos contratos, o que não foi aceito pela entidade.
Os direitos de transmissão da competição são divididos em quatro pacotes e o contrato foi fechado após uma licitação feita pela Conmebol. A Globo detém dois pacotes: TV Aberta e SporTV. Com isso, a emissora tem que fazer um total de US$ 65 milhões em pagamentos anuais para a entidade sul-americana.
Na época em que o contrato foi fechado, o dólar estava em R$ 3,88, sendo que agora o câmbio marca R$ 5,33. Dessa forma, o contrato teve um salto de praticamente R$ 100 milhões por ano, atingindo R$ 346 milhões para as duas mídias.
Veja a íntegra do posicionamento da emissora
“Diante do cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de COVID-19, a Globo vem fazendo uma revisão completa de seu portfólio de direitos.
Nesse contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até 2022, mas infelizmente não houve acordo. Assim, não restou alternativa à Globo a não ser rescindir o contrato.
Grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela Covid-19, que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar. Como principal competição de clubes das Américas, a Libertadores continua sendo importante para a Globo.
No entanto, para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos esportivos e à situação econômica vivida pelo país. Por fim, é importante esclarecer que havia no contrato cláusula específica de rescisão em caso de suspensão da competição por períodos prolongados, por motivo de força maior.”
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