Na tarde desta quinta-feira (21), a TV Globo abriu um boletim extraordinário após o capítulo de Cabocla para anunciar o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros 36 envolvidos em uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
A informação foi divulgada no boletim do Jornal Nacional, ancorado por Ana Luiza Guimarães. A apresentadora destacou a conclusão da Polícia Federal (PF), que aponta uma organização criminosa responsável por ações coordenadas em 2022 para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No boletim, Ana Luiza Guimarães iniciou com a seguinte declaração:
“Olá! No Jornal Nacional desta quinta-feira, a Polícia Federal concluiu a investigação que apurou um golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, a investigação confirmou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada em 2022 na tentativa de manter o então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder.”
O relatório final da PF
Com mais de 800 páginas, o relatório da PF foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. As investigações apontaram que os crimes foram planejados e executados por diferentes núcleos de atuação:
- Núcleo de desinformação – responsável por atacar o sistema eleitoral;
- Núcleo militar – incitava oficiais das Forças Armadas a aderirem ao golpe;
- Núcleo jurídico – dava suporte legal às ações golpistas;
- Núcleo operacional – executava medidas para viabilizar as ações;
- Núcleo de inteligência paralela – obtinha informações sigilosas para alimentar os planos;
- Núcleo logístico – garantia recursos para as operações.
Indiciados de alto escalão
Entre os indiciados estão nomes conhecidos, como:
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin;
- Valdemar Costa Neto – presidente do PL.
Além disso, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, forneceu informações cruciais que ajudaram a PF a concluir o inquérito.
Tentativa de golpe e plano de assassinatos
O inquérito revelou conexões entre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo a PF, o objetivo era desestabilizar as instituições e impedir a posse de Lula, mantendo Bolsonaro no poder.
A PF afirma que o plano foi articulado por militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”. Esse grupo teria planejado as ações com o apoio logístico e operacional de aliados do ex-presidente.
Conclusão das investigações
Com a entrega do relatório ao STF, a Polícia Federal conclui as investigações sobre as tentativas de golpe de Estado e crimes contra o Estado Democrático de Direito. O documento recomenda o indiciamento por crimes como:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Organização criminosa.
O caso agora segue para análise do STF, que deve determinar os próximos passos, incluindo a abertura de ações penais contra os indiciados.
A cobertura completa do caso pode ser acompanhada a partir das 20h30, no Jornal Nacional, na TV Globo.