Com a saída de Alex Tseng da apresentação do Futebol no Mundo, anunciada na tarde desta quinta-feira (19), a ESPN colocou definitivamente um fim ao seu padrão clássico de canal esportivo, instaurado por José Trajano, então diretor de jornalismo do canal, no início dos anos 2000.
Programas clássicos foram extintos ou reformulados e o padrão estabelecido se rompeu, com mudanças na direção do canal. Quem foi “torcedor” dos canais ESPN no passado lembra dos momentos de glórias da programação, que agora ficam apenas na memória.
Logo pela manhã, o Pontapé Inicial, apresentado por Eduardo Monsanto e José Trajano, unia esporte à música, sem perder o caráter jornalístico. Era a melhor formar de acompanhar as principais notícias do dia, de forma leve e ao mesmo tempo interativa. Mas nem isso impediu a atração de ser extinta no final de 2013.
Na sequência, vinha o clássico e verdadeiro Bate-Bola, completamente diferente da versão atual. Comando por João Carlos Albuquerque (o Canalha), a atração debatia e analisava tudo o que acontecia no universo do futebol, de forma série e objetiva, bem longe do que acontece hoje em dia. A trinca de comentaristas, composta por Paulo Vinícius Coelho, Mauro Cezar Pereira e Lúcio de Castro, era uma das principais características da atração.
As noites de segundas-feiras eram reservavas para o Linha de Passe. Com um time dos mais competentíssimos comentaristas, o programa passava a limpo a rodada, com análises precisas e informação de qualidade. Atualmente, o programa segue no ar, mais foi banalizado por suas inúmeras edições ao longo da semana, perdendo todo o seu padrão e formação clássica.
A reformulação do canal chegou agora ao Futebol no Mundo, o último programa formatado pela antiga direção que restava. Após 18 anos, Alex Tseng, de forma inexplicável, deixa o comando da atração e segue para outros projetos na emissora. É mais uma perda identidade que a ESPN proporciona para o “torcedor” do canal.
Com tantas mudanças e reformulações, a grade da ESPN Brasil hoje se resume a repetição. São quatro extensas edições do SportsCenter, falando todas a mesma coisa, além do Bate-Bola, que parece um “ringue de UFC” para os comentaristas, e do Futebol no Mundo, sem o seu melhor apresentador. Nas noites, o Futebol da Veia se propõe a fazer algo diferente, mas se mantém na mesmice. Tudo bem diferente da conhecida ESPN.
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