O primeiro episódio do documentário sobre os 50 anos do Fantástico não emocionou somente quem participou da estreia da revista eletrônica dominical, mas, principalmente, o telespectador que assistiu boa parte da história deste programa. Afinal, não há como negar que o Fantástico é referência para muitas pessoas, nem que seja pelo fato de sua música ser sinônimo de que acabou o fim de semana e no dia seguinte a rotina voltará.
Ontem, na tela, Cidinha Campos, Léo Batista, Guto Graça Mello, Nizo Neto, Cid Moreira, Boni e Ney Matogrosso ajudaram a reconstruir o que foi exibido no dia 5 de agosto de 1973 e a resgatar toda a importância de uma atração de TV que reúne jornalismo, musicais, entrevistas, humor e muita curiosidade. Para o início dos anos 1970 aquele era um projeto arrojado. E deu certo.
O documentário foi uma verdadeira máquina no tempo e isso graças à tecnologia. A Inteligência Artificial reconstituiu o que foi destruído pelo incêndio que a Globo enfrentou em 1976, quando as fitas do primeiro ano da revista eletrônica foram destruídas pelo fogo. Mas, no episódio que abriu a série especial, ficou muito claro para o telespectador que muitos momentos poderão ser recriados para que as pessoas possam revivê-los. A IA resgatou a reportagem sobre o único sobrevivente de um acidente com avião brasileiro na França e também colocou novamente no palco Sandra Bréa e toda a genialidade de Chico Anysio, além do clipe musical com Os Mutantes, o primeiro da história da televisão brasileira. E para quem sempre gostou de futebol, se atualmente são os cavalinhos que ajudam a falar sobre os jogos do fim de semana, o documentário trouxe novamente a Zebrinha que fazia a bela parceria com Léo Batista com os placares da loteria esportiva. E confessa: em algum momento você assistiu à zebrinha.
Ao chegar aos seus 50 anos, o Fantástico é mais uma prova de que os programas de televisão precisam estar sempre um pouco à frente de seu tempo para ser capaz de antecipar as mudanças necessárias e registrar o mundo em que vivemos. O bom jornalismo misturado ao entretenimento de qualidade, que é a receita da revista dominical, ainda é algo que agradará ao público.