A cantora e compositora Fernanda Abreu é a primeira convidada do “Mariana Godoy Entrevista” de 2019, entre os vários assuntos abordados, a cantora vai falar sobre o início da carreira, as dificuldades e vitórias ao longo da trajetória e sobre a Lei Rouanet.
Sucesso com a banda de rock brasileiro durante o fim da ditadura militar, Fernanda comenta sobre duas músicas do primeiro disco que foram censuradas.
“Era uma bobagem, só porque tinha um palavrão leve, assim, na época. Foi um susto porque a gente acompanhou muito os anos 1970, todos os cantores e compositores tentando driblar a censura e os critérios eram muito loucos. Não fazia sentido, tudo eles achavam que podia ser subversivo”, diz.
Ainda sobre o assunto, Fernanda, que além de cantora é compositora, instrumentista e bailarina, afirma que não há limites para a liberdade artística e explica: “A arte é completamente livre e tem que ser. Ela trabalha com a subjetividade, ela é alma, não tem por que ter qualquer tipo de censura”. Ao ser questionada se palco é lugar de manifestação política, ela é enfática: “O palco é o lugar do artista, então acho que ele tem liberdade para falar o que quiser e as pessoas tem liberdade para gostar ou não”.
Classificando a Lei Rouanet como “fundamental”, a artista lamenta que as pessoas muitas vezes não saibam como ela funciona e comenta sobre as empresas optarem por cantores de mais visibilidade.
“É aí que eu acho que é ruim porque, na verdade, a lei deveria beneficiar novos talentos, de várias regiões do Brasil, porque fica um pouco mais concentrada no sudeste, em São Paulo e no Rio [de Janeiro]. Então acho que ela pode ser melhorada, aperfeiçoada, mas a gente não tem que demonizar a lei. É uma possibilidade do povo ter mais produção cultural”, finaliza Fernanda, que chegou a ter projetos aprovados, mas não conseguiu captar