A autora Rosane Svartman encontrou na personagem Wilma, brilhantemente interpretada por Renata Sorrah em Vai na Fé, a novela das 19h da Globo, o melhor veículo para homenagear os grandes profissionais que construíram a história da teledramaturgia brasileira e, assim, mostrar o quanto as novelas estão presentes em nosso dia a dia, moldaram nossos gostos e trouxeram mais do que entretenimento a um povo que lê pouco e que não tem tantos recursos para conferir peças teatrais. Sim, em nosso país é a TV quem faz esse papel de levar cultura, informação e prestação de serviço. E tudo isso ganha uma dimensão muito maior quando está presente em uma novela, o produto de maior audiência em nossa TV.
No capítulo desta quinta-feira, finalmente Wilma e Fábio retornam para a televisão para a gravação do remake de Guerra dos Sexos. Os dois vão viver os protagonistas defendidos por Fernanda Montenegro e Paulo Autran, na primeira versão, e por Irene Ravache e Tony Ramos, na mais atual. A sequência mostra os dois chegando aos Estúdios Globo com direito a perseguição em carrinhos elétricos pelas ruas do Projac. Depois, eles entram no clássico cenário para registrar a cena em que os dois conversam com o quadro do tio que deixou a herança para eles. Uma homenagem também a Silvio de Abreu, responsável por grandes sucessos na faixa das 19h e por ter lançado muitos jovens autores durante o período em que comandou a dramaturgia da Globo. Antes de chegar ao cargo máximo da teledramaturgia da emissora, o autor supervisionou o trabalho de novos roteiristas, entre eles João Emanuel Carneiro. Silvio sempre defendeu a importância de encontrar e aprimorar o talento de jovens escritores para manter a relevância das novelas e, assim, mais do que renovar, manter o gênero sempre em alta.
A sequência da volta de Wilma e Fábio às novelas termina com uma linda fala interpretada por Renata Sorrah. “Tantos equipamentos novos. Tantos rostos que eu não reconheço. Tanta coisa diferente. Meu Deus! Mas, mesmo assim, eu me sinto em casa. Fazer uma novela é como construir um universo lúdico. É conversar com milhões de brasileiros. É contar histórias para uma nação. É um privilégio estar aqui com vocês, com cada um de vocês, fazendo o que eu gosto. Muito obrigada!”. Com esse texto, Rosane Svartman, que acaba de lançar um livro sobre o futuro da teledramaturgia no Brasil e no mundo, faz o seu agradecimento a todos que vieram antes e construíram essa estrada vitoriosa e, principalmente, a todos que trabalharam nos bastidores de Vai na Fé, a grande referência de trabalho bem-sucedido nos últimos anos na faixa das 19h da Globo.